Sumário
A Aula Magna do Núcleo de Saúde da UNIVALE, realizada de forma remota na manhã de sábado (26), se propôs a refletir sobre a diversidade e a riqueza do cuidado com a vida, discutindo a relação entre saúde e meio ambiente. Ministrada pelo professor Arthur Campos Coelho, a aula foi direcionada para alunos dos cursos de Biomedicina, Educação Física, Enfermagem, Estética e Cosmética, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição, Odontologia e Terapia Ocupacional.
O professor Arthur Campos Coelho é engenheiro Civil e Ambiental, com especialização em Engenharia de Infraestrutura Urbana, e mestrado em Tecnologia, Ambiente e Sociedade. “É possível ter saúde individual em um planeta doente? É o que a gente precisa se perguntar, à frente de outras questões. Principalmente quando a gente discute saúde de uma forma geral”, pontuou, dirigindo-se aos alunos.
Ao apresentar os conceitos sobre saúde, meio ambiente e saúde ambiental, ele destacou que, para a Organização Mundial de Saúde (OMS), estar saudável vai além da ausência de doenças ou enfermidades. “Por mais que a pessoa se encontre em um estado sem qualquer tipo de enfermidade e não tenha nenhum tipo de doença, mas não tem um conjunto de qualidade de vida relacionada ao bem-estar físico, mental ou social, ela não atingiu o patamar pleno de saúde”, ressaltou Arthur.
Seja por fenômenos da natureza ou por intervenção humana, observou o professor, existem situações que podem comprometer a saúde ambiental. Dois exemplos listados por ele foram a pandemia da Covid-19 e o rompimento da barragem da mineradora Samarco, em Mariana.
“Em ambos os casos, tivemos negligenciamento do equilíbrio ambiental. Isso resulta em custos humanos incalculáveis, com mortes, doenças, estresse mental e deterioramento da qualidade de vida. Quer seja um vírus microscópico, ou toneladas de resíduos tóxicos, a escala do impacto varia, mas a raiz do problema é a mesma: a nossa relação disfuncional com o meio ambiente”, ponderou.
Arthur considera que ainda não aconteceram a implementação de práticas corretas em relação ao meio ambiente a despeito desses eventos. “A gente fala em um termo chamado inteligência ecológica, e nessas discussões a gente pode dizer que nosso cérebro está singularmente antenado para detectar e reagir a uma gama fixa de ameaças. Mas aparentemente nosso cérebro não é moldado para detectar ameaças menos palpáveis, como o lento aquecimento do planeta”, continuou.
Ao elencar exemplos de consequências do descaso e de más condutas ambientais, em Governador Valadares e diversas outras partes do mundo, o professor argumenta que o gerenciamento de resíduos impacta na saúde, e que a sociedade deveria se unir para atingir níveis melhores de qualidade ambiental.
“A gente não consegue entender o risco que nos cerca mediante a constante degradação ambiental. A gente só consegue perceber isso quando ela bate à nossa porta, na forma de um vírus ou de uma lama tóxica que nos priva de recursos básicos e essenciais, como a água, por exemplo”, afirmou Arthur Coelho.
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