Alunos de todos os períodos do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNIVALE participaram da aula magna deste semestre, realizada na noite de segunda-feira (2), no campus II da instituição. Para este momento, foi convidado o advogado Guilherme Jacob, especialista em Direito Urbanístico, que participou de mesa redonda com discussões sobre a relação entre direitos humanos e a elaboração de projetos e edificações.
Coordenadora do curso, a professora Marianna França ressalta que o arquiteto e o urbanista desenham cidades e projetos para pessoas, e os direitos humanos estão muito presentes na profissão, preocupando-se com questões como a construção de moradias dignas, a sustentabilidade ambiental, segurança dos usuários e a elaboração de espaços públicos que contemplem a diversidade e a inclusão.
“Os direitos humanos na Arquitetura envolvem a integração de alguns princípios, como dignidade, igualdade e respeito, nessas práticas de se fazer projeto, planejamento e design. E esses princípios se manifestam em várias áreas, por exemplo, na acessibilidade, de se ter projetos arquitetônicos que garantam a todas as pessoas, independente das suas habilidades físicas ou mentais, que elas possam acessar esses espaços construídos”, afirmou Marianna.
A mesa redonda teve mediação da professora Ilara Duran de Melo e teve ainda a participação do professor Igor Monte Alto. Ilara pontuou que a Arquitetura preocupada com direitos humanos deve estar integrada a princípios como dignidade, igualdade e respeito nas práticas de planejamento e design. “Contextualizamos a questão dos direitos humanos na Arquitetura, desde a Segunda Guerra Mundial, quando os nazistas queriam destruir tudo e começar a edificar do zero, depois fomos trazendo a discussão aos dias de hoje, com as influências dos direitos humanos na Arquitetura e a importância de lutar por isso”, afirmou.
O advogado Guilherme Jacob acredita que os debates sobre o combate à exclusão na Arquitetura e no Urbanismo incentiva estudantes a refletirem sobre a transformação da realidade e sobre a prevenção a retrocessos sociais, formando profissionais que também sejam cidadãos eticamente comprometidos com os problemas que afetam a humanidade.
Ao reproduzir trechos do documentário “Arquitetura da destruição”, Guilherme explicou o uso da arquitetura pelos nazistas na execução de projetos de edificações e remodelação de cidades alemãs, e como isso contribuiu para uma ideia de purificação da Alemanha que culminou com o assassinato em massa de grupos como judeus, ciganos e pessoas com deficiência, entre outros. Analisando a evolução histórica, o advogado analisa que discursos excludentes permanecem na atualidade.
“Discursos excludentes, como o do nazismo, permanecem latentes no dia a dia, em exemplos como o higienismo contra a população em situação de rua, a repressão a rolezinhos em shoppings, a construção de condomínios fechados que isolam determinadas classes do contato com ‘o outro’, tido como ameaçador, e que assume diversas formas, como pessoas pobres, e moradores da periferia. A partir desse quadro, abordamos diversos problemas específicos de Governador Valadares, que refletem violações a direitos humanos no âmbito da Arquitetura e Urbanismo”, ponderou Guilherme.
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