O Observatório Interdisciplinar do Território (Obit), laboratório de pesquisas do programa de mestrado em Gestão Integrada do Território (GIT) da UNIVALE, realiza reuniões quinzenais para apresentações de estudos. Na quinta-feira (18) foi o mais recente encontro, nomeado de Conversa Científica, oportunidade em que uma mestranda fez uma prévia da defesa de sua dissertação, e também foi o dia de receber alunos do ensino fundamental que fazem parte da iniciativa Pesquisador Mirim, idealizada pela professora Joana Paula Ataíde.
A Conversa Científica foi aberta pela coordenadora do Obit, a professora Cristiane Mendes Netto. Em seguida, foi a vez de Letícia Bandeira Rocha apresentar a pesquisa “Viabilidade de um mosaico entre o Parque Estadual do Rio Doce e as unidades de conservação em seu entorno”, trabalho de conclusão do GIT, com defesa agendada para esta quarta-feira (24).

Letícia é advogada com atuação no Direito Ambiental. O mosaico, ela explica, é um dos três modelos de gestão ambiental previstos na Lei 9985/2000, legislação que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. Na pesquisa realizada no mestrado, ela estudou a gestão territorial com ações e projetos entre unidades de conservação de modo participativo e conjunto.
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“O GIT trouxe muitas mudanças para a minha área de atuação profissional. Eu antes pensava em fazer um mestrado específico dentro do Direito, mas o mestrado interdisciplinar abre muitos horizontes. Eu não fico presa somente a legislação e questões jurídicas, eu também trabalho outros temas, e isso se reflete na minha pesquisa, apontando também questões biológicas, questões sociais e administrativas. O GIT me deu essa abertura para conhecer um pouco de cada área voltada aos estudos territoriais, e tudo isso se aplica à área que eu trabalho, do Direito Ambiental e Urbanístico”, disse a mestranda.
Pesquisadores mirins na Conversa Científica
A Conversa Científica teve a participação de alunos de 8º e 9º anos no Colégio Genoma, que aconteceu por intermédio da professora Joana Paula Ataíde, pesquisadora do Obit e docente na UNIVALE, além de lecionar Língua Portuguesa e Redação em instituições de ensino fundamental e ensino médio. A iniciativa Pesquisador Mirim foi proposta por ela quando cursava o GIT, trabalhando, com estudantes da educação básica, questões territoriais em análise de obras literárias.
“É importante trazer a ciência de uma maneira democrática e acessível a todas as idades. Muita gente pensa que ciência é só em ambiente acadêmico, de forma restrita, e na verdade a ciência está em todos os lugares. E assim a gente leva discussões para fora da universidade, o que é produzido na academia é apresentado em um contexto que respeita a faixa etária e a vivência deles. São alunos que já detêm um certo nível de leitura, e trabalharam com as obras literárias que eles estudam em sala de aula”, comentou Joana.


Com auxílio de professoras da UNIVALE, os pesquisadores mirins elaboraram resumos que serão apresentados quinta-feira (25) no 23º Simpósio de Pesquisa e Iniciação Científica da universidade. Os trabalhos dos alunos de ensino fundamental foram inscritos na sessão temática presencial sobre Direito e Arte. A apresentação na Conversa Científica foi uma espécie de treino para o Simpósio, como destacou a professora Patrícia Falco Genovez, que foi a orientadora de Joana no GIT.
“Eles viram o resultado, e a resposta foi muito positiva dentro da escola, sobre o interesse em pesquisa. Ajudamos a elaborar o resumo, encaminhamos para inscrição, e eles vão apresentar os trabalhos deles. A ideia hoje [na Conversa Científica] é que eles façam uma aclimatação ao meio acadêmico, para se apresentarem também no Simpósio”, afirmou Patrícia.
No encontro do Obit, os estudantes do Genoma fizeram exposições com análise interpretativa de textos literários, considerando seus elementos narrativos e simbólicos. “Achei o projeto muito interessante. Foi como uma ponte entre nós e a UNIVALE, a gente pôde sentir na pele como é fazer uma pesquisa. Claro que em uma escala menor, porque a gente ainda está em desenvolvimento. Mas, ainda assim, foi uma prévia bastante interessante, a gente teve esse convívio com a pesquisa, como tratar de dados e de diferentes opiniões, e pudemos falar o que a gente pensa sobre uma obra”, declarou Miguel Garute, aluno do 9° ano.

