Sumário
Além de ser o aniversário de Governador Valadares, 30 de janeiro é também quando se celebra o Dia Nacional das Histórias em Quadrinhos. Foi nesta data, em 1869, a publicação da primeira história em quadrinhos (HQ) brasileira, “As Aventuras de Nhô-Quim ou Impressões de uma Viagem à Corte”, de Angelo Agostini. Manifestação artística e cultural que se renova, a HQ segue encantando gerações, e Valadares tem um grande nome da produção de quadrinhos: João Marcos Mendonça, que, além de cartunista e roteirista da Mauricio de Sousa Produções, também é professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNIVALE.
“Meu pai gostava muito de ler e minha mãe pintava camisas para crianças na minha infância, com cada desenho lindo. Não deu outra, eu passei a gostar de gibis e de desenho, desde muito pequeno. Minha mãe contava que os livros que tínhamos em casa eram cheios de garatujas, aqueles desenhos da primeira infância. Depois, com minha alfabetização, eu passei a criar meus próprios personagens e a desenhar minhas primeiras revistas em quadrinhos”, lembra o quadrinista e professor.
O gosto pelos quadrinhos, relata o ilustrador, veio por influência dos pais. De leitor na infância, na adolescência ele já começou a desenhar profissionalmente: aos 14 anos, era chargista do jornal Diário do Aço, em Ipatinga, e seis anos depois passou a publicar as primeiras tiras, diariamente no mesmo periódico, e semanalmente no jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte.
João Marcos aponta diferenças entre trabalhar com histórias autorais (como a Escola de Passarinhos, ou os irmãos Mendelévio e Telúria) ou com personagens consagrados (como a Turma da Mônica), mas avalia que os dois processos são prazerosos para um quadrinista.
“Apesar de não ter criado os personagens da Turma da Mônica, é como se eu trabalhasse com meus amigos de infância. Conheço bem cada um deles e suas características, e tenho o suporte necessário para que essa essência permaneça nas histórias. Nesse processo, a criação e a produção são coletivas. E é um presente trabalhar junto com uma equipe tão incrível. Nos personagens autorais, geralmente o processo produtivo é feito por mim. Eu divido as decisões e converso sobre as histórias com o editor do livro. É sempre bom poder compartilhar com alguém durante o processo”, afirmou o ilustrador.
Licenciado em Belas Artes e mestre em Artes Visuais, João Marcos Mendonça também é pesquisador sobre o uso de quadrinhos na educação. Na UNIVALE, já participou de bancas de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) em que as HQs dialogavam com outras mídias, como cinema e videogames. No 2º semestre letivo de 2023 ele orientou o TCC de Gabrielle Onofre, do curso de Arquitetura, que se propôs a investigar as relações entre quadrinhos e Arquitetura. “Um dos resultados foi uma belíssima história em quadrinhos, que vamos tentar publicar este ano”, adiantou o professor.
João Marcos Mendonça enfatiza que as HQs dialogam com várias áreas do conhecimento. “Os quadrinhos tratam de elementos da atividade e criação artística que estão presentes em diversas áreas e temáticas na Arquitetura: o desenho, a composição, o ritmo, a harmonia, a cor, a percepção espacial, a cenografia, e muitos outros. Minha pesquisa no mestrado buscou exatamente estudar as relações entre quadrinhos e arte”, disse o professor da UNIVALE.
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