A ressaca já aconteceu e ainda vai acontecer com muita gente que costuma beber bebidas alcóolicas. Para servir de alerta sobre os riscos do consumo excessivo de álcool, o dia 28 de fevereiro passou a ser lembrado como “Dia da Ressaca” – uma das razões é por ser o último dia do mês em que geralmente se comemora o Carnaval, feriado em que o comércio e consumo de álcool é bastante movimentado.
“Em linhas gerais, a ressaca é uma resposta fisiológica geral a um processo de desidratação e também à diminuição de energia reservada para outros processos do organismo, e também aos próprios danos hepáticos que serão causados pela bebida”, resume o professor do curso de Biomedicina da Univale e doutor em Bioquímica Estrutural e Biologia Molecular, Lorran Miranda, que explicou como o processo da ressaca ocorre no organismo, e também deu algumas dicas de como a hidratação e a ingestão de alimentos podem ajudar a reduzir os sintomas, que incluem dor de cabeça, náusea e cansaço.
Lorran detalha que a dor de cabeça e a sede são sintomas causados pela desidratação após o consumo de grandes quantidades de bebida. “O álcool, quando entra no sistema, inibe o hormônio antidiurético e faz com que os rins excretem mais água que o necessário, e o corpo acaba perdendo essa água, gerando uma desidratação geral de todas as células do corpo”, pontuou.
Além disso, o álcool produz um efeito tóxico nas células do fígado, que são destruídas quando a bebida é metabolizada. “Como essas células são danificadas, vai haver um dano hepático, para qualquer quantidade de álcool ingerido. Dessa forma, outros sintomas da ressaca, como náusea e sensação de vômito, serão também atribuídos a esse órgão”, acrescentou o professor.
Embora normalmente os efeitos da ressaca sejam sentidos um dia após a bebedeira, Lorran Miranda aponta que os sintomas não são sentidos apenas no dia seguinte, e podem ocorrer mesmo na ausência do sono. Entretanto, ele pondera, a pessoa que permanece desperta pode ingerir água para reduzir os efeitos da ressaca – e o mesmo não ocorre quando se está dormindo.
“Se a pessoa fizer ingestão de grandes quantidades de álcool e não dormir, algumas horas depois ela vai começar a apresentar alguns sinais da ressaca, como sede, possivelmente náusea e dor de cabeça, e outros sintomas gerais também. Quando se ingere líquido, acaba repondo um pouco o processo de desidratação. Mas, algumas horas depois, os efeitos dessa desidratação começam a ser percebidos”, declarou o professor.
Além de beber água, Lorran também recomenda a ingestão de alimentos – durante e após o consumo de álcool – como fatores que podem minimizar os efeitos da ressaca. “A principal forma de reduzir os efeitos seria fazer a ingestão de bastante água. Antes de dormir, por exemplo. Em torno de dois copos e meio, ou de 300 a 400 ml de água. Mas existem também medicamentos que vão auxiliar no metabolismo hepático e vão ajudar também a minimizar o efeito. A ingestão de proteína de carne durante o consumo do álcool, e ingestão de carboidratos de açúcar posteriormente à ingestão do álcool, também podem auxiliar a reduzir os efeitos da ressaca”, disse.
Receba notícias sobre: vestibular, editais, oportunidades de bolsa, programas de extensão, eventos, e outras novidades da instituição.
"*" indica campos obrigatórios