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egresso git destaca a participação do catador na educação ambiental

Pesquisa discute papel do catador de resíduos sólidos na educação ambiental crítica

28 novembro, 2023

Trabalho desenvolvido por José Augusto Pires da Luz, egresso do mestrado da UNIVALE, tem educação ambiental e o papel do catador como foco

Por Natalia Lima Amaral

Ampliar a abordagem em torno do gerenciamento dos resíduos sólidos por meio da educação ambiental, da coleta seletiva, da reciclagem e da promoção social do catador enquanto sujeito ecológico — esse foi o principal objetivo da pesquisa desenvolvida por José Augusto Pires da Luz, egresso do Mestrado em Gestão Integrada do Território (GIT/UNIVALE). Graduado em Geografia pela FICAB Colatina, atual Centro Universitário Castelo Branco (UniCB), ele concluiu o mestrado na UNIVALE em 2023 com a orientação do professor Bruno Capilé. O trabalho desenvolvido buscou direcionar um novo olhar em torno das questões políticas, ambientais e sociais dos resíduos em Colatina.

José Augusto explica que, no Brasil, grande parte dos recicláveis é coletada pelas associações e catadores, que são profissionais representados, em sua grande maioria, por grupos sociais vulneráveis. “É a oportunidade de entender a Associação como um instrumento de equidade social”, ressalta.

A pesquisa desenvolvida no GIT

turma do git onde aluno pesquisou sobre o papel do catador na educação ambiental
Da esquerda para a direita, os alunos Claudia Prates, Diego Henrique, José Augusto, professor Bernardo, Ângela Vitória e Verena Veloso, da turma GIT 2021/2

José Augusto desenvolveu sua pesquisa a partir das ações de Educação Ambiental da Associação de Catadores de Colatina (Asccor), com foco na inclusão social e no saber ecológico do catador. Sua trajetória acadêmica e sua vivência como professor serviram de estímulo para pesquisar o tema, que se permeia nas complexidades envolvendo a educação ambiental e os resíduos sólidos. Bruno Capilé conta que o orientando foi o primeiro que pôde acompanhar desde o princípio no mestrado.

“José sempre foi muito proativo, além de ser atento às indicações de leitura e de escrita. Tivemos uma fase inicial de muito alargamento dos interesses, orientado após a qualificação com a co-orientadora Profª. Drª. Fernanda Alcântara, da Universidade Federal de Juiz de Fora, campus Governador Valadares. O papel dela foi essencial, pois além de assegurar uma interdisciplinaridade à temática, ela já vem atuando com o trabalho das associações de catadores de materiais recicláveis aqui em GV”, relata Bruno.

A educação ambiental como práxis

José Augusto destaca que a educação ambiental como práxis está para além do ambiente escolar, sendo a Asccor um desses exemplos de espaços educadores potentes. A Associação foi fundada em fevereiro de 2014 e, atualmente, é responsável por proporcionar oportunidades de trabalho e renda para 33 famílias que tiravam o sustento de lixões do município. Suas ações foram classificadas na pesquisa dentro da macrotendência pragmática, que propõe apresentar um caráter utilitário no trato das questões ambientais, ao contrário da macrotendência crítica, estimulando mudanças de hábitos e comportamentos.

professor bruno capilé comenta sobre o papel do catador na educação ambiental
Professor Bruno Capilé, do Mestrado GIT

Para Bruno Capilé, a temática envolvendo o direcionamento correto dos resíduos sólidos é de extrema importância para o atual momento vivido pela humanidade. “Acredito que o debate precisa ser ampliado para a produção dos resíduos, como foi feito na dissertação do José. Nela, a educação ambiental crítica trouxe excelentes contribuições e reflexões para entender como lidamos com o lixo. E para a banca de defesa da sua pesquisa, convidamos uma das principais referências do campo no Brasil, Philippe Pomier Layrargues, professor associado da Universidade de Brasília (UnB)”, comenta.

A importância do profissional da coleta seletiva

Fruto de vivências e histórias de luta e resistência, o catador é um grande detentor do saber ambiental. E é na sua figura que a educação ambiental encontra a aplicabilidade de reflexões sobre visões socioambientais do mundo, que auxiliam no ato de consolidar conceitos fundamentais no campo da pesquisa e do fortalecimento das suas vertentes emancipatórias e transformadoras. Bruno comenta que do ponto de vista tradicional, só é compreendido o trabalho físico de triagem dos materiais, mas a realidade demonstra outras questões.

“Se ampliarmos a visão da educação ambiental crítica, como proposta por José em sua pesquisa, podemos compreender os catadores como educadores, compreendendo o seu papel de maneira mais complexa. Por exemplo, existem mais de 10 tipos de plásticos, metais, papéis, etc, que os catadores e catadoras realizam uma separação de fato, na mão desses profissionais. E, além disso, eles ainda atuam na produção de material nas redes sociais, visitam e recebem escolas e lidam cotidianamente nas casas em que coletam o material”, comenta Bruno.

Ações para além da pesquisa

egresso git destaca a participação do catador na educação ambiental
Visita dos alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Honório Fraga na Asccor, junto com o professor e egresso do GIT, José Augusto

Para além da pesquisa no GIT, José Augusto pretende ir em frente com outras ideias. Um dos projetos futuros envolve desenvolver, junto à prefeitura de Colatina (ES), material pedagógico a partir das ações de educação ambiental da associação de catadores. “Criar novas abordagens em torno da reciclagem é romper com a ordem hegemônica atual que se apresenta como causa e solução da crise ambiental que vivenciamos há décadas. Uma abordagem crítica sobre a reciclagem e coleta seletiva constitui a oportunidade de trilhar um caminho diferente no trato das questões ambientais”, destaca o egresso.

A partir do consumo responsável, da inclusão social e da preservação do patrimônio natural e cultural da humanidade, repensar o atual modelo de desenvolvimento orienta um modo mais correto de vida. “É fundamental compreender que as questões ambientais também são questões sociais. Carecemos de entender que o problema dos resíduos sólidos não termina quando jogamos nosso lixo na lixeira. É preciso ampliar nosso campo de visão sobre os demais aspectos que constituem a cadeia da reciclagem em nosso país, desde a geração, descarte, até o consumo e inclusão e promoção social dos trabalhadores (catadores e catadoras) envolvidos no processo”, ressalta José Augusto.

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