Por: Natalia Lima Amaral
O professor da UNIVALE, Bruno Capilé, do Observatório Interdisciplinar do Território do rio Doce (OBIT) teve o seu projeto de pesquisa aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). “História ambiental das transformações das paisagens ribeirinhas e das relações socioecológicas no rio Doce, Governador Valadares (MG)” tem o objetivo de compreender as relações sociais e ecológicas que a população valadarense teve com o rio Doce, principalmente após o desastre da barragem de Mariana em 2015.
Bruno comenta que algumas pessoas utilizam o rio para práticas diversas como surfe, canoagem, pesca, transporte e outras atividades. Por outro lado, o professor da UNIVALE explica que as dinâmicas de cheias e vazantes das águas acabam afetando a população ribeirinha, o que gera uma rede de solidariedade entre vizinhos, conhecidos e desconhecidos. Pudemos ver isso na última enchente, em janeiro de 2022.
“Além das relações entre o rio Doce, os valadarenses e as redes de solidariedade, o projeto também analisa como as pesquisas científicas vêm gerando novos estudos para compreender os impactos da tragédia da lama da Samarco de 2015, e como isso afeta estas relações. É uma história ambiental do rio Doce em Governador Valadares em uma perspectiva interdisciplinar e ampla”, conta o professor da UNIVALE.
O Observatório Interdisciplinar do Território do Rio Doce (OBIT) é um laboratório de pesquisas do mestrado em Gestão Integrada do Território da UNIVALE. São realizadas produções científicas relevantes, sustentadas por três objetivos principais: pesquisa científica, repositório de dados sobre toda a bacia do rio Doce e atuação em consultorias, assessorias, cursos de extensão e prestação de serviços.
O fomento do CNPq faz com que muitas ações em prol da pesquisa sejam apoiadas, como o financiamento de bolsistas de iniciação científica e a aquisição de equipamentos como gravadores, notebooks e outros. O professor da UNIVALE acredita que “conhecer mais a fundo sobre a relação dos valadarenses com o rio Doce é a chave para termos novas reflexões sobre a troca de outras cidades, uma vez que a História sempre flerta com os jogos de escalas nas análises historiográficas, do geral ao específico, do global ao local.“
Bruno Capilé iniciou sua formação acadêmica em Biologia e Ensino de Ciências, fazendo o seu mestrado em História da Ciência na UFRJ. “Como ferramenta de ensino, a História se tornou um modo de compreensão do mundo e, como forma de voltar a me conectar com a Biologia, a História Ambiental exerceu esse papel. No contexto ecológico, o que mais fez sentido para mim foi ver os ecossistemas a partir dos rios. Na vontade de desmistificar a falsa dicotomia natureza-sociedade, a cidade e sua natureza urbana são termos cruciais. Assim que me vejo: um historiador ambiental de rios urbanos. E a aprovação pelo CNPq é um dos marcos de reconhecimento do meu trabalho e da importância da pesquisa”, relata.
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