Sumário
Alunos do curso de Mestrado em Gestão Integrada do Território (GIT) da UNIVALE tiveram a oportunidade de participar de uma roda de conversa enriquecedora com o grupo Abayomi. O objetivo do encontro foi discutir questões relacionadas ao papel da pessoa preta na sociedade, os espaços de fala e a importância do pertencimento.
A troca de ideias e reflexões proporcionou um ambiente acolhedor e inspirador para todos os participantes. Foi evidente o engajamento dos alunos em compreender melhor as vivências da pessoa preta e buscar maneiras de contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. “Nos traz um novo olhar sobre a diversidade, reafirmando nosso compromisso como agentes de transformação na nossa área de atuação. Foram estimulantes o debate e a reflexão sobre questões sociais relevantes”, afirmou a mestranda Ananda Celestino Moura Ferreira.
A roda de conversa faz parte da disciplina de Vulnerabilidades e Violência, lecionada pela professora Maria Terezinha Bretas Vilarino. “Juntamos nessa disciplina fatores presentes na sociedade e que precisam ser discutidos em sala de aula, como exemplo, fizemos levantamentos sobre moradores de rua, desaparecidos, questões relacionadas à saúde, moradia, violência e criminalidade. Em todos esses dados, a questão do racismo aparece fortemente”, contou a professora. “Convidamos o grupo Abayomi para uma conversa, onde puderam contar as experiências, exatamente porque as pessoas muitas vezes não dão importância ou não dão visibilidade para esse dado racial”, complementa.
A troca de experiência abre um leque de possibilidades e pode ajudar as pessoas a compreenderem a importância do tema, é o que diz a coordenadora do grupo Abayomi, Jacqueline Françoa. “Cada um tem uma experiência, historicamente a gente vem de famílias com pessoas racistas, porque a gente está falando do racismo estrutural. O racismo estrutural perpassa todas as áreas da nossa vida, então é na família, é no trabalho, é na escola, é nos relacionamentos. É um trabalho muito necessário, principalmente porque hoje a gente não vive mais o racismo velado”, completou.
A proposta é que cada mestrando trabalhe com os dados coletados na elaboração de projetos científicos e cartilhas, além de levarem essa conscientização por onde passarem. “Nem todos vão chegar à questão do racismo ou do preconceito em si, mas que a questão da população negra, ela vai perpassar grande parte dos trabalhos, a gente tem certeza. É uma proposta essa de trazer isso ao debate, muitos que vão trabalhar com violência, por exemplo, essa questão vai estar fortemente apresentada”, concluiu Terezinha.
O Grupo Abayomi é um coletivo de mulheres negras que tem se destacado na luta por igualdade racial, empoderamento feminino e combate ao racismo. Com uma atuação pautada na valorização da cultura afro-brasileira e na busca por justiça social, o grupo vem conquistando espaço e promovendo transformações significativas na sociedade. A coordenadora do Abayomi conta que “o grupo surgiu em 2015, da necessidade de respostas aos tantos questionamentos sobre racismo e ao mesmo tempo de preparar as pessoas para enfrentarem as situações de racismo que se repetem”.
Por meio de ações educativas, artísticas e políticas, o Abayomi tem se empenhado em conscientizar a população sobre a importância de combater o racismo e promover a equidade racial. Com palestras, workshops e debates, o grupo busca desconstruir estereótipos e preconceitos, estimulando o respeito à diversidade e o reconhecimento dos direitos das mulheres negras.
Além disso, o Abayomi utiliza a arte como ferramenta de expressão e resistência. Por meio de performances, exposições e manifestações culturais, as integrantes do grupo buscam valorizar a cultura afro-brasileira.
O trabalho do coletivo é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Ao promover a conscientização e a transformação da sociedade, o grupo contribui para a construção de um futuro onde todas as mulheres, independentemente de sua cor de pele, tenham seus direitos garantidos e sejam valorizadas em sua plenitude. “Estamos trabalhando junto a escolas e universidades, discutindo temas como a lei de cotas, o racismo recreativo, a história da escravidão a partir do escravizado, legislação e uma gama de assuntos que é preciso ser falado e debatido”, concluiu Jacqueline.
Quer conhecer mais o trabalho do grupo Abayomi? Acesse @coletivaabayomigv1
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