A última sexta-feira, dia 22/03, teve uma noite festiva na Universidade Vale do Rio Doce. Gestores, professores, alunos e convidados participaram da palestra “Desterritorialização no desastre-crime da Samarco: dos territórios ao corpo-território”, proferida pela geógrafa Marina Penido, em comemoração aos 10 anos do mestrado em Gestão Integrada do Território (GIT).
Antes de apresentar os dados da pesquisa que é base da sua tese de doutorado, a palestrante participou da mesa de honra, composta também pela magnífica reitora da Univale, Lissandra Lopes Coelho Rocha; a pró-reitora de pós-graduação, pesquisa e extensão, Kíssila Zacché Lopes de Andrade; a assessora de pesquisa e pós-graduação, Elaine Toledo Pitanga Fernandes e o coordenador do programa de pós-graduação stricto sensu em Gestão Integrada do Território, Haruf Salmen Espíndola.
Em seu discurso, a Reitora destacou a coragem dos docentes fundadores do GIT, como o Haruf Salmen Espíndola, Sueli Siqueira e Patrícia Falco Genovez, que acreditaram na pesquisa como forma de desenvolvimento regional. Segundo ela, os 10 anos do GIT marca um tempo e consolida uma história.
“É a prova da consolidação do programa de Mestrado em Gestão Integrada do Território. Nessa uma década, as pesquisas na universidade efetivamente contribuíram com a comunidade. São temáticas da área da saúde, da migração e, nos últimos tempos, a gente acrescentou a ambiental, cuidando nosso bem aqui da região, que é o rio Doce”, disse.
O professor Haruf Salmen Espíndola explicou que o mestrado interdisciplinar tem a vantagem de abarcar todas as áreas do conhecimento e declarou que os avanços obtidos nessa década são reflexo do sonho dos instituidores que, há mais de 50 anos, criaram a Fundação Percival Farquhar, mantenedora da Univale, com o objetivo de tornar Governador Valadares um polo de ensino e de conhecimento. Sobre o tema, ele disse que é importante falar pois, em primeiro lugar, o desastre não encerrou. O que ocorreu em 2015 foi um momento disruptivo, ou seja, o início.
“E aí vem as consequências que se prolongam até hoje e vão continuar. O desastre está em curso, ele não acabou. Quem vive nessa região continua sofrendo o desastre e precisa tratar disso. E o Programa do Mestrado em Gestão Integrada do Território, o GIT. Ele existe em função da realidade no qual ele está inserido e da relação das pessoas com essa realidade, do pertencimento delas com essa realidade. Ele está vinculado aos grandes problemas que a sociedade enfrenta. Como o programa está inserido na bacia do rio Doce, não tem como ele não discutir o problema”, afirmou.
Na sequência, Marina Penido proferiu a palestra. A pesquisadora é graduada em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais, tem mestrado em Geografia pela Universidade Federal Fluminense; e também é doutoranda em Geografia pela mesma instituição. Na pesquisa de sua tese de doutorado, ela permaneceu por três meses em Mariana e também no distrito de Barra Longa, atingidos pelos rejeitos com o rompimento da barragem de Fundão. Marina coletou muitos dados e diversos relatos de moradores que foram arrancados de seu território pela tragédia.
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