Sumário
Foram dois dias dedicados a debater o papel do ambiente acadêmico como facilitador do diálogo entre a ciência e a sociedade, com apresentações culturais e mais de 500 trabalhos aprovados nas diversas áreas do conhecimento. Assim foi o 21º Simpósio de Pesquisa e Iniciação Científica, realizado nos dois campi da UNIVALE nos dias 21 e 22 deste mês, retornando ao seu formato presencial após a pandemia.
Para a reitora da universidade, professora Lissandra Lopes Coelho Rocha, a instituição deve colocar a ciência a serviço da comunidade, proporcionando avanços que melhorem a qualidade de vida das pessoas. Lissandra defendeu que a ciência seja acessível à população, cabendo aos pesquisadores a devolução de dados e estudos à sociedade, com apresentação desse conhecimento de forma útil e compreensível.
“É verdade que nem todos têm igual acesso a esse conhecimento e às instituições que o produzem. Nossa universidade desempenha um papel crucial nesse cenário, como pilar do conhecimento científico, abrigando aqueles que se dedicam à pesquisa e à busca de respostas para os diversos questionamentos. Mas nossa responsabilidade vai além, devemos ser mais que meros produtores de conhecimento. Somos agentes ativos na construção de uma sociedade democrática e inclusiva”, afirmou a reitora.
A abertura do 21º Simpósio de Pesquisa, na noite de quinta-feira (21), teve a sessão cultural “Ciência e arte em toda parte”, com uma instalação artística inspirada em produções científicas realizadas na UNIVALE, com obras retratando temas do cotidiano. Em seguida, a conferência de abertura, com o tema “Ciência e Sociedade: a UNIVALE no cenário científico”, foi ministrada pelo jornalista, ex-funcionário do departamento de Comunicação da universidade e egresso do mestrado em Gestão Integrada do Território (GIT), Samuel Perpétuo.
Hoje aluno de doutorado no Dundalk Institute of Technology, na Irlanda, Samuel falou por videoconferência sobre Ciência Cidadã, uma abordagem da ciência com a qual ele teve contato no GIT e que ele classificou como mais democrática, por envolver a participação e engajamento de cidadãos voluntários, sem treinamento formal ou acadêmico. “Foi a ciência cidadã que me trouxe para o doutorado na Irlanda, é um assunto que eu tenho muito interesse e sou muito entusiasmado para falar sobre. Considero a ciência cidadã um movimento, mais que um conceito. De forma geral, a ciência cidadã é uma abordagem de pesquisa que envolve a participação dos cidadãos comuns, como voluntários, e cientistas profissionais, na produção do conhecimento científico”, explicou.
Após a fala de Samuel, os professores do GIT, Maria Celeste Reis Fernandes de Souza e Bruno Capilé, moderaram o debate. “As temáticas que estão na sociedade precisam ser trazidas para dentro da ciência. As demandas reais da sociedade precisam ser escutadas. Isso é essencial, porque a ciência não está separada da sociedade”, argumentou Capilé.
A professora Celeste, por sua vez, falou da cultura de pesquisa na UNIVALE: “Estar em uma universidade é estar em um espaço de pesquisa, e a UNIVALE tem essa articulação com questões regionais e locais, essa proposição de provocar outros modos de vida na região, oferecendo reflexões sobre condições melhores para as pessoas, com perspectiva inclusiva e de diversidade”.
Durante a sexta-feira (22) houve a apresentação dos trabalhos aprovados pela comissão científica do 21º Simpósio de Pesquisa. Diretora de Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação na universidade, a professora Elaine Pitanga também foi a organizadora-geral do evento. “O Simpósio propõe, como tema central, as relações entre ciência e sociedade, evidenciando nossa responsabilidade social. Nosso compromisso, enquanto instituição comunitária, é compartilhar os conhecimentos científicos e impactar positivamente a vida de nossa comunidade”, observou Elaine, ainda na solenidade de abertura.
Os 510 trabalhos considerados aptos pela comissão científica do 21º Simpósio de Pesquisa foram divididos em 34 sessões temáticas, propostas por todos os cursos de graduação da UNIVALE. Em uma delas, por exemplo, intitulada “Envelhecimento e a pessoa idosa: múltiplos olhares pelas lentes de diferentes campos do saber”, as discussões se centraram em projetos de extensão da universidade com foco nas pessoas acima de 60 anos, como o “UNIVALE na Praça”, voltado à população idosa que faz atividades físicas na Praça de Esportes, e o Centro de Atendimento Interdisciplinar de Geriatria e Gerontologia (Caige).
Aluna do 6º Período do curso de Fisioterapia, Melissa Machado Brandão teve um trabalho aprovado para essa Sessão Temática. Em sua primeira participação no Simpósio de Pesquisa e Iniciação Científica da instituição, ela falou sobre a experiência com idosos que participam da atividade de Pilates no Caige. “O Pilates começou a ser oferecido este ano no Caige. Está sendo enriquecedor para os idosos e para a gente, estamos aprendendo muito. Eles gostam, chegam querendo fazer o Pilates, mas precisam passar antes por outros profissionais. A experiência tem sido muito boa”, disse.
Também estudante do 6º período de Fisioterapia, Fernanda Elen Morais Flausino, apresentou dois trabalhos. Embora tenha sido a primeira participação no Simpósio, ela já teve experiência com pesquisa científica quando fez um curso técnico integrado ao ensino médio. Fernanda espera que a iniciação científica possa abrir oportunidades em uma futura carreira acadêmica: “É muito interessante e enriquecedor. Foi muito válido pela construção do trabalho e com achados que posso levar para a vida profissional. Eu tenho vontade de seguir na área da pesquisa, talvez até chegar ao doutorado”.
Além da intervenção artística na abertura, outras duas sessões culturais foram realizadas durante o 21º Simpósio de Pesquisa e Iniciação Científica da UNIVALE. A mostra “Corpos Divergentes” foi exposta no hall do edifício ED2, com imagens do fotógrafo Osias de Oliveira Júnior, funcionário do departamento de comunicação da universidade que registrou a diversidade presente em alunos e colaboradores da instituição.
Encerrando as sessões culturais do 21° Simpósio de Pesquisa, o “Assalto Poético” prestou tributo ao poeta e professor Bispo Filho, falecido em maio deste ano. “É um misto de saudade e de alegria. É uma pequena e singela homenagem, diante do grande homem e grande poeta, e de toda obra que ele deixa eternizada em nós”, comentou Karla Nascimento, professora do curso de Pedagogia e organizadora das sessões culturais ao lado de Valdicélio Martins, docente do mesmo curso.
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