Sumário
Por: Natalia Lima Amaral
Com a temática envolvendo a relação do saber e a ciência cidadã, Eloisa Almeida é aluna do mestrado em Gestão Integrada do Território (GIT) e desenvolve sua dissertação por meio do convênio estabelecido entre a UNIVALE e a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Sua pesquisa busca propiciar o protagonismo de alunos do ensino médio da escola Carlos Luz, do bairro Carapina, em Governador Valadares. Eloisa é pedagoga da Secretaria Municipal de Educação pela Escola Municipal Assis Brasil, que atende o primeiro segmento da EJA (Educação de Jovens e Adultos) no município.
Para Eloisa, tratar sobre a temática da sua pesquisa no mestrado GIT é de extrema importância, visto que trabalhar com o saber envolve todos os segmentos da educação e a forma que as pessoas aprendem. “Muitos alunos vivem em condições de vulnerabilidade, e o contexto da aprendizagem vai se delineando em sua vida, contribuindo ou interferindo nesse processo. Além disso, minha pesquisa também busca compreender como esses estudantes conseguem desenvolver suas habilidades e o que eles trazem consigo de aprendizagem. Acredito que será uma pesquisa muito rica”, comenta.
O caráter da interdisciplinaridade do mestrado GIT também contribui positivamente para o desenvolvimento da pesquisa de Eloisa. “A Gestão Integrada do Território (mestrado GIT) auxilia para que eu, enquanto mestranda, consiga perceber os vários territórios, seus contextos e seus repertórios de aprendizado, para que eu possa desenvolver a minha pesquisa de maneira bem holística, concentrando bastantes áreas do saber sobre aquilo que quero pesquisar”, complementa. Parte da sua dissertação é desenvolvida no Laboratório Cidadão de Ecologia do Adoecimento e Saúde dos Territórios (Leas), inaugurado dia 19 de outubro.
Renata Campos, professora no mestrado GIT, conta que a parceria entre a UNIVALE e a UFOP começou há muitos anos e ela pôde acompanhá-la a partir de 2012. Ela foi estagiária de pós-doutorado no laboratório do professor Servio Pontes Ribeiro, da universidade federal, e continuaram colegas de pesquisa. Em 2018, diversos projetos começaram a ser desenvolvidos, focando questões sobre a saúde ecossistêmica e vetores de doenças. Ela conta que o Laboratório Cidadão foi o resultado de esforços movidos por ela, pelo professor Servio e pelo professor Hernani Santana, do curso de Engenharia Civil e Ambiental da UNIVALE.
“Esse laboratório possibilita o desenvolvimento de pesquisas que culminam na produção de conhecimento envolvendo diversos segmentos da sociedade. Além disso, ele também inclui aqueles que não fazem parte da universidade, ou seja, que não sejam necessariamente cientistas. E quando envolvemos diferentes segmentos, nós nos educamos simultaneamente. O conhecimento que é produzido é muito mais rico e abrangente, como um exercício interdisciplinar que tem legitimidade”, completa.
Os recursos para o funcionamento do Leas são cedidos pela UNIVALE, Unesco, Fundação Renova e por uma emenda parlamentar. Renata conta que foi com a submissão em diversos editais de ampla concorrência para instituições de pesquisa que foi possível adquirir esses fomentos. “A parte de equipamentos e a bolsa técnica laboratorial para a aluna Eloisa é fomentada pela Unesco e Fundação Renova. Conseguimos também o auxílio de instituições diversas como bolsas da Fapemig e do programa PIBIC da UNIVALE”.
Para se dedicar inteiramente à pesquisa, Eloisa pode contar com uma dispensa remunerada do seu trabalho como pedagoga da Secretaria Municipal de Educação a partir de um ofício, respaldada pela lei municipal 3.583 de 1992, que disponibiliza ao servidor público municipal uma licença. “Participei do edital e fui contemplada no mês de outubro, por meio do convênio da UNIVALE com a UFOP. E, participando desse projeto, tenho de cumprir 20 horas na instituição, no Leas, e tenho de cumprir cinco disciplinas no mestrado GIT, em um total de 20 horas semanais de carga horária. Portanto, era impossível conciliar casa, trabalho e pesquisa”.
Eloisa solicitou ao Secretário Municipal de Educação, por meio de um ofício, que ela obtivesse a dispensa para se dedicar totalmente aos estudos no mestrado GIT, e a bolsa do Leas a auxiliou de diversas formas. “Ela irá me ajudar financeiramente, com o estudo na área da ciência cidadã, que tenho obtido bastante conhecimento, e também pode me ajudar a conseguir a dispensa”, explica. A motivação de escrever sobre o tema partiu dos problemas cotidianos atrelados às questões relacionadas à construção do conhecimento pelos estudantes.
“Já inserida no mestrado GIT, comecei a participar de um projeto chamado 'Conversando com a Cidade', sob a coordenação da professora Maria Celeste. Hoje, acompanho experiências de ciência cidadã em pesquisas do Leas. Concluí minha graduação em 1997 aqui na UNIVALE e também tive a oportunidade de me especializar em supervisão escolar, em 1998, e em gestão educacional, em 2008. Tenho como objetivo construir ideias relevantes no campo da educação, fortalecendo o meu trabalho enquanto pedagoga”, enfatiza Eloisa.
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