Sumário
Por: Natalia Lima Amaral
Na manhã da última quarta-feira (13/09), o Núcleo de Estudos sobre Desenvolvimento Regional (NEDER), que pertence ao Programa de Pós-Graduação em Gestão Integrada do Território (GIT), recebeu a visita de alunos do primeiro e segundo ano do ensino médio da Escola Estadual Israel Pinheiro.
O grupo esteve no campus II da Universidade em busca de conhecimentos no campo da pesquisa, para auxiliar no desenvolvimento do projeto “A linguagem audiovisual como instrumento de apreensão e compreensão da percepção do estudante em relação ao espaço escolar”, aprovado em uma seleção do edital da Secretaria de Estado de Educação (SEE) de Minas Gerais.
O responsável por idealizar o projeto na escola Israel Pinheiro foi o professor de Sociologia José Soares Silva Filho, egresso da UNIVALE e ex-aluno da professora Sueli Siqueira, que é coordenadora do NEDER. Por meio do Programa de Iniciação Científica na Educação Básica (ICEB), a SEE do estado disponibilizou um edital para a seleção de 400 projetos, de maneira que o “A linguagem audiovisual como instrumento de apreensão e compreensão da percepção do estudante em relação ao espaço escolar” foi um dos contemplados. Soares explica que o projeto foi iniciado ano passado, após sentir a necessidade de saber de onde são os seus alunos.
“A nossa escola, por ser uma escola central, recebe alunos de todos os bairros da cidade e uma questão que foi levantada é ‘como são esses alunos’? Para isso, trabalhamos em dois questionários, sendo que o primeiro deles foi socioeconômico, com base no IBGE, para saber onde moravam, de que forma vinham para a escola, entre outras informações. O segundo foi no sentido de tentar perceber quais são as expressões que eles tinham da escola, qual o sentimento e o que eles sentiam em relação ao espaço escolar”, explicou o professor.
Além disso, a professora Sueli também contou que conversar com Soares a respeito do projeto foi de grande ajuda para fortalecer a parceria entre a escola e a universidade. “Nós pudemos trabalhar e pesquisar juntos quando éramos professora e aluno, portanto pudemos trocar ideias, ele encaminhou o projeto e ganhou o edital. Com isso, o Soares sentiu a necessidade de que os alunos tivessem alguma noção para compreender o conceito de pesquisa, já que o projeto propõe que eles investiguem e conheçam mais sobre o território escolar, não só o seu espaço físico, mas também em relação aos sentidos desse território. Nisso, a Universidade se mostra fundamental ao prestar um serviço de assistência a esses estudantes”.
Referenciado entre os alunos como “Olhar sobre a tela”, o projeto busca representar o olhar dos alunos sobre a escola por meio de um curta metragem. Igor Lucas Nunes Ludogero, estudante do 2° ano do Ensino Médio, explicou que para abordar o tema proposto é necessário o cumprimento de várias etapas e normas, sendo que uma delas foi a capacitação de todos sobre o funcionamento e a produção por trás das câmeras, como a criação do roteiro, a gravação e a produção usando o próprio celular como equipamento, além de como atuar e editar o conteúdo.
“Tivemos uma capacitação onde o objetivo principal era que todos aprendessem um pouco sobre o por trás das câmeras e agora estamos na segunda etapa do projeto, que é a capacitação para que possamos realizar a pesquisa na nossa escola. Os personagens principais do nosso curta serão baseados nos resultados das pesquisas que faremos com outros alunos da escola. Nosso tema proposto é falar sobre o novo ensino médio, como ele tem funcionado e se atrapalha em alguma coisa. Sabemos que muitos precisam trabalhar e a família conta com o salário do jovem aprendiz, o que acaba fazendo com que a pessoa decida se larga os estudos ou não. E nós estamos começando essa etapa para que a gente possa realizar essas pesquisas”, explicou Igor.
A participação dos alunos no desenvolvimento do projeto demonstra a importância e o aspecto fundamental de aprendizagem do grupo, explorando a pesquisa e a produção técnica envolvidas em um produto audiovisual. Além disso, a orientação de profissionais e professores capacitados na área auxiliam nesse processo. Yasmin Leda Alves Soyer, aluna do 2° ano, participou da visita pelo campus e compartilhou sua perspectiva como produtora ativa do projeto.
“Essa está sendo uma experiência boa e somos um grupo que nos damos muito bem. Estamos animados com o projeto e com o desenvolvimento dele, correndo atrás e nos dedicando aos processos, nos empenhando em poder concluir ele. Nisso, acabo descobrindo novas coisas, que podem me ajudar quando eu for mais velha e quiser escolher uma profissão ou área de atuação. É muito legal ter esse acompanhamento e tudo está correndo bem até então”, comentou Yasmin.
Ao longo dos anos, o NEDER foi responsável por investigar fenômenos de mobilidade populacional, das relações de desenvolvimento local e da violência urbana e rural. Sueli Siqueira, pesquisadora e coordenadora do Núcleo, acompanhou os estudantes em diversos ambientes e apresentou-os a outros docentes e alunos de iniciação científica do Programa, que partilharam suas experiências e principais áreas de atuação. Para ela, o Núcleo tem como objetivo não só produzir conhecimento, mas qualificar pessoas para que possam ser produtoras de conhecimento.
“O aluno de segundo grau é muito rico, possui possibilidades muito grandes. Esse grupo específico, do colégio Israel Pinheiro, se mostrou muito interessado desde o princípio. Avisamos que tínhamos disponibilidade de atendê-los e nos organizamos nessa função. Um dos compromissos que o Programa e do Núcleo têm é de estar na comunidade, prestando assistência, serviço e contribuindo, também, para o seu desenvolvimento. E o NEDER tem todo o prazer de receber e fazer essa integração com os alunos do segundo grau”, comentou Sueli.
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