No dia 16 de março de 2022, às 19h, aconteceu, no auditório B da Univale, a aula magna do curso de Pedagogia, uma atividade de integração do curso com o programa de mestrado em Gestão Integrada de Território (GIT). O evento contou com a participação das estudantes do curso, de representantes do GIT, da comunidade externa e representantes das escolas parceiras do projeto de pesquisa “Conversando com a cidade: cartografia de territórios potencialmente educativos”, que é desenvolvido em três bairros de Governador Valadares.
Com o tema “Pedagogia e meio ambiente: conversas com o rio Doce”, o evento abordou os temas tratados na coletânea de cadernos temáticos lançada em novembro de 2021, mês que marcou os sete anos desde o rompimento da barragem em Bento Rodrigues/MG. A elaboração dos cadernos foi fruto do projeto “Relação com o saber e educação ambiental", em um exercício interdisciplinar que contou com a escrita de pessoas ligadas à agroecologia, artes, biologia, comunicação, direito, engenharia, história, matemática, psicologia e pedagogia.
No evento foram apresentados pelos autores os cadernos 5,10, 11 e 12, escolhidos devido às temáticas abordadas estarem mais especificamente ligadas à vivência das escolas. A apresentação dos cadernos foi um momento rico de interação da universidade, dos autores, estudantes e escolas parceiras.
O caderno 5, intitulado “Comunidades tradicionais no médio rio Doce”, foi apresentado pela professora doutora Maria Terezinha Bretas Vilarino, juntamente com os demais autores, Bianca de Jesus (Agroecóloga) e o professor João Vitor de Freitas (UFJF), que deixaram bem claro que falar em comunidades tradicionais é pensar nos costumes, nas tradições e nas formas de vida existentes, que precisamos dar conta da sua existência e da importância de evidenciarmos toda a violência sofrida por essas comunidades.
Na apresentação do caderno 10, “Conversas na escola sobre a qualidade da água do rio”, o professor ms.Thiago Martins dos Santos relatou que o objetivo do caderno é “contribuir para que o rio Doce se torne parte de uma prosa educativa que propicie aprendizagens e que se alie a outras vozes, ecoando a denúncia sobre esse desastre, em pleno curso, e suas consequências ambientais e sociais”. Ele ainda destacou que, desde o rompimento da barragem, “a população atingida convive com os riscos e as incertezas da qualidade da água que consome, desconhecendo seus efeitos sobre a saúde humana a médio e a longo prazo”.
O caderno de número 11, “Conversa entre o rio Doce e as crianças na escola”, foi apresentado pelo professor Valdicélio Martins dos Santos, que explicou que o caderno contém algumas conversas das crianças com o meio ambiente, na escola e em seus cotidianos não-escolares, considerando a escuta e o diálogo com as crianças como protagonistas de suas histórias.
Por fim, o caderno 12, “Conversas entre o Rio Doce, Adolescentes e Jovens na escola”, foi apresentado pela professora doutora Maria Celeste Reis Fernandes de Souza, juntamente com as outras autoras, Edmara Carvalho e Karla Nascimento de Almeida. O caderno apresenta algumas possibilidades de conversas com o rio Doce que foram estabelecidas na escola com adolescentes e jovens. As professoras lembraram dos ensinamentos de Paulo Freire sobre a importância do diálogo na educação que se faz na escuta do outro, no reconhecimento dos seus saberes e na leitura dos nossos próprios saberes.
Após a apresentação do caderno 12 a professora Celeste convidou a aluna do 1º período, Luana, que é indígena, para falar de sua experiência de vida e de sua relação com o rio, nos mostrando a importância de darmos voz e vez aos estudantes, de escutarmos o outro. Por fim, a professora e coordenadora do curso de Pedagogia, Karla Nascimento, convidou os representantes das escolas parceiras para falarem sobre sua ligação com a Univale.
Texto: professora ms. Elizabete Aparecida de Carvalho, curso de Pedagogia
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