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Bem-estar digital: por que limitar o uso das telas diariamente?

27 outubro, 2023

Por Eduarda Dorneles de Oliveira, aluna do 6º período de Publicidade e Propaganda

De acordo com a pesquisa Digital 2023: Global Overview Report da DataReportal, que analisou o bem-estar digital de 45 nações, o Brasil destaca-se como o segundo país com maior número de pessoas dedicando uma parte do seu tempo diário em frente às telas. Aproximadamente 56,6% das horas acordadas são gastas interagindo com dispositivos eletrônicos, totalizando cerca de nove horas do dia.

Essa e diversas outras estatísticas não apenas revelam o domínio da tecnologia no cotidiano das pessoas, mas também levantam questões importantes sobre o impacto que essa exposição excessiva pode ter na saúde física e mental.

Neste texto, você vai entender como balancear a sua relação com a tecnologia pode resultar em uma vida mais saudável e equilibrada.

A era digital e as telas

A era digital nos trouxe um universo de informações e conveniência ao alcance de nossas mãos. Com o advento da internet e o desenvolvimento acelerado dos dispositivos eletrônicos, o mundo experimentou uma transformação na maneira como vivemos e nos comunicamos.

Uma das mudanças mais marcantes foi a constante diminuição do tamanho das telas em smartphones, tablets e laptops. Essa redução, impulsionada pela demanda pela praticidade, trouxe consigo a conveniência de dispositivos mais leves e compactos.

No entanto, telas menores podem causar transtornos para a saúde ocular, já que o intenso esforço visual, muitas vezes realizado a curtas distâncias, é capaz de gerar fadiga visual, tensão nos olhos e até mesmo agravar problemas oftalmológicos preexistentes.

A pressão para manter-se conectado ao mundo digital e a dificuldade de desligar-se dos dispositivos também podem levar a diversos problemas de sobrecarga mental, como dores de cabeça, distúrbios de sono e ansiedade, destacando ainda mais a importância de limitar o uso das telas no dia a dia.

Impacto na saúde ocular

A interface das redes sociais e outros aplicativos é projetada para prender a atenção do usuário por longos períodos, o que leva a uma diminuição na frequência de piscar. Isso, por sua vez, pode resultar na chamada síndrome do olho seco, uma condição que ocorre quando os olhos não produzem lágrimas em quantidade adequada ou quando as lágrimas evaporam rapidamente, deixando a superfície ocular desprotegida.

Um dos sintomas mais comuns dessa síndrome é o ardor ocular, que faz com que a pessoa coce os seus olhos em busca de alívio imediato. Entretanto, o ato de coçar os olhos pode desencadear outros problemas oculares piores, incluindo o astigmatismo, uma condição na qual a córnea assume uma forma irregular, causando uma visão distorcida.

Para evitar esse e outros tipos de problemas nos olhos, é importante adotar algumas práticas simples. A primeira dica é seguir a regra "20-20-20", que sugere uma pausa de 20 segundos a cada 20 minutos de uso de tela, focando em um objeto a uma distância de 20 pés (aproximadamente 6 metros).

Ajustar o brilho e o contraste da tela do smartphone para níveis mais confortáveis e evitar ambientes excessivamente escuros são atitudes que também contribuem para relaxar os músculos dos olhos, reduzir a fadiga e ajudar em seu bem-estar digital.

Estas medidas fáceis podem fazer uma grande diferença na prevenção de doenças oculares relacionadas ao uso prolongado de dispositivos eletrônicos.

A saúde mental também é importante

Além dos olhos, a constante exposição às telas é capaz de impactar também o bem-estar psicológico. Isso acontece porque a grande demanda por atenção às notificações e às informações transmitidas na internet podem sobrecarregar a mente do usuário e levá-lo a um estado de forte tensão, desencadeando níveis de estresse.

Do mesmo modo, a sensação de estar sempre conectado pode dificultar o desligamento mental e levar à insônia, que por sua vez afeta negativamente a memória, o humor e o funcionamento cognitivo.

É essencial lembrar que os cuidados com a saúde mental são tão importantes quanto a atenção que damos à saúde física, e encontrar esse equilíbrio é fundamental para uma vida digital mais favorável.

3 estratégias para garantir o bem-estar digital

Aqui vão três dicas bem úteis para ajudar você a estabelecer limites de exposição digital e manter a saúde física e mental em dia:

  • Praticar atividade física ao ar livre

Dedicar um tempo para caminhar, andar de bicicleta ou simplesmente relaxar em um parque tem o poder de beneficiar a saúde através do contato com a natureza e com a luz solar.

  • Estabelecer limites de uso diário nas configurações do smartphone

A maioria dos smartphones oferecem essa opção. Configurar lembretes para pausas regulares e estabelecer um horário "sem tela" antes de dormir é outro método eficaz para reduzir o tempo gasto em dispositivos eletrônicos.

  • Desenvolver novos hábitos livres de telas

Aprender um novo instrumento, praticar jardinagem, pintura ou cozinhar são exemplos de atividades que não apenas estimulam a criatividade, mas também proporcionam uma pausa do mundo digital.

Desligue o telefone e conecte-se à produtividade

Limitar o uso das telas diariamente vai além do cuidado com a saúde física e mental, já que também pode ser um grande impulsionador da produtividade. Ao reduzir o tempo gasto diante de dispositivos eletrônicos, é possível gerar tempo para focar em tarefas e alcançar um melhor desempenho.

Um exemplo notável disso é a história de Carol. Uma estudante universitária que percebeu que seu constante uso do smartphone estava prejudicando seu aprendizado e decidiu, então, desligar as notificações e colocar o telefone em outro cômodo durante suas sessões de estudo. Essa mudança permitiu que ela mergulhasse de cabeça nos livros e, consequentemente, melhorasse seu desempenho acadêmico, especialmente na preparação para as provas.

A capacidade de se desconectar das telas proporcionou a Carol a oportunidade de se dedicar com mais foco às suas metas acadêmicas. Ou seja, limitar o uso do smartphone não é apenas benéfico para a saúde, mas também uma estratégia eficiente para o sucesso acadêmico.

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As redes sociais e a ansiedade

Como visto previamente, a conexão constante aos dispositivos eletrônicos muitas vezes mantém as pessoas imersas em um mundo virtual, e encontrar um equilíbrio entre a vida online e offline é essencial para o bem-estar. É como aproveitar o melhor de dois mundos.

Ao ser questionada sobre o assunto, a professora da UNIVALE e doutora em Psicologia, Marina Mendes, destacou as redes sociais como sendo um dos principais vilões da história. “Porque o uso intenso das redes sociais pode promover um maior isolamento social e a procrastinação das atividades diárias”, revelou.

Em um mundo cada vez mais globalizado, as redes sociais desempenham um papel crucial na vida cotidiana, aproximando amigos e familiares em diferentes partes do mundo e mantendo as pessoas atualizadas sobre os acontecimentos a nível mundial em um piscar de olhos.

No entanto, como qualquer coisa em excesso, até mesmo algo tão benéfico como as redes sociais pode ter seus malefícios. A abundância de conteúdo e informações no feed, muitas vezes desencadeia um estado de ansiedade, já que o usuário é bombardeado com uma quantidade esmagadora de dados, imagens e notícias. E, como mencionado por Marina, essa sobrecarga pode afetar negativamente a saúde mental, tornando essencial a conscientização sobre os limites do uso de telas diariamente.

Quer entender melhor os efeitos do uso excessivo de aparelhos eletrônicos na saúde mental? Assista à entrevista completa com a professora Marina Mendes e aprenda a identificar e lidar com a ansiedade causada por eles.

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