O mês de dezembro é quando chega o Verão no hemisfério sul. Na estação do calor é quando ocorre a maior incidência de radiação solar, razão pela qual a campanha Dezembro Laranja, idealizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), escolheu este mês para estimular a prevenção e detecção precoce do câncer de pele – tipo de câncer com o maior número de casos registrados no país, com cerca de 33% dos diagnósticos no Brasil, conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
A cada ano, o Inca registra 185 mil novos casos de câncer de pele. A doença se manifesta, como os demais tipos de câncer, com a multiplicação desordenada de células, causando um tumor.
Os fatores de risco incluem predisposição genética, e a possibilidade de contrair a doença se agrava por causas como o histórico familiar ou a presença de pele ou olhos claros. Mas a exposição aos raios solares também pode contribuir para o surgimento do câncer, por isso a prevenção passa por cuidados que vão do uso de filtro solar ao uso de roupas e acessórios como chapéu, boné, óculos ou guarda-sol. Também é recomendado evitar a ampla exposição ao sol entre 10 e 16 horas.
O câncer de pele mais frequente é do tipo carcinoma, ou “não melanoma”, e pode ser basocelular – surgido nas células que se encontram na camada mais profunda da epiderme, a camada superior da pele; ou espinocelular – mais comum nas áreas expostas ao sol, como orelhas, rosto, couro cabeludo ou pescoço. Em 2020, em todo o país, o Inca estima que quase 84 mil homens e mais de 93 mil mulheres tiveram câncer de pele não melanoma.
Já o melanoma, que se forma nas células produtoras de melanina (substância responsável por determinar a cor da pele) é um tipo mais raro de câncer – em 2020, foram registrados cerca de 8,4 mil casos no Brasil, distribuídos em aproximadamente metade das incidências em homens, e a outra metade em mulheres. Porém, embora menos frequente, esse tipo de câncer é considerado mais agressivo e potencialmente mais letal. Sua aparência, em geral, se assemelha à de uma pinta na pele. Conforme a SBD, as chances de cura são de mais de 90%, quando o melanoma é detectado precocemente.
Foi o que aconteceu com a professora do curso de Direito da UNIVALE, Rose Pereira. Ela relata que tinha uma pinta no tornozelo esquerdo, desde a infância, mas em 2018 essa pinta mudou de forma. “Jamais havia ouvido falar em melanoma. Só conhecia câncer de pele não melanoma. Como a pinta ficou diferente, certa vez ao tomar banho, resolvi passar uma lixa nela. Aí ela inflamou e tive que ir ao médico, foi recomendada a extração da pinta”, ela lembra.
A pinta foi extraída em outubro de 2018 e, ao se realizar a biópsia, o diagnóstico foi a de que se tratava de um melanoma. O tratamento e o acompanhamento permanecem até hoje, como salienta a professora. “Tive que procurar um cirurgião oncológico, o doutor Alberto Wainsten, em Belo Horizonte. Após consulta e exames especializados, fui submetida a outra cirurgia pelo doutor Alberto, em janeiro de 2019. Em março de 2019 vi outra pinta, que também era melanoma. Aí comecei o tratamento de imunoterapia com nivolumabe. Faço imunoterapia até os dias atuais, é a única forma de imunizar meu organismo contra a doença”, afirma Rose.
A professora considera essencial a busca por orientações, para prevenir ou detectar rapidamente um tumor. “Oriente-se com um profissional da saúde. Às vezes, uma simples pinta pode esconder o câncer de pele melanoma”, recomendou Rose.
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