Sumário
Por: Natalia Lima Amaral
Segundo dados da Superintendência Regional de Saúde de Governador Valadares, a cidade ocupa o 5º lugar do estado de Minas Gerais com o maior número de casos de tuberculose. A doença é transmitida por meio de aerossóis, partículas ainda menores que as gotículas e que são geradas em secreções respiratórias ao falar, espirrar e tossir. A parceria da UNIVALE com o município está sempre em busca de proporcionar ações em benefício à comunidade e, desta vez, está com um subprojeto focado no tema. O objetivo é capacitar profissionais da saúde sobre a importância do tratamento diretamente observado e da adesão do paciente a ele.
As aulas acontecerão do dia 4 ao dia 6 de maio, na UNIVALE campus II, para profissionais das equipes de saúde de atenção primária, da residência multiprofissional dos consultórios de rua e das outras equipes de unidades básicas tradicionais. Lissandra Lopes Coelho Rocha, reitora da UNIVALE, vê a importância da pesquisa e deste projeto específico como um levantamento de dados, capaz de promover um trabalho em conjunto com a prefeitura para propor ações de capacitação dos servidores.
“É interessante porque é o retorno da pesquisa para a comunidade. Não basta só pesquisar, mas também é necessário aplicar este conhecimento. E este é um momento importante de entendermos isso: é o retorno da pesquisa trabalhando efetivamente nas soluções”, pontua.
Katiucia Rodrigues, médica e referência técnica municipal de tuberculose, acredita que a pesquisa-ação promovida na UNIVALE permite que os profissionais participem da pesquisa ativamente e que também sejam beneficiados pela capacitação. A tuberculose é um tema constante no município, visto que ela é uma doença com alto número de casos e, infelizmente, pode levar o paciente a óbito.
“Quanto mais os profissionais estiverem capacitados para tratar adequadamente esses casos, que é o foco deste treinamento — o Tratamento Diretamente Observado (TDO) —, menos abandono de tratamento e menos óbitos nós teremos. A tuberculose é uma doença endêmica e que temos em torno de 90 a 100 casos por ano. Ultimamente, a pandemia fez com que tivéssemos poucos casos, mas os números voltaram a crescer por conta daqueles que ficaram sem diagnóstico em casa", explica a médica.
Katiucia continua: "e essas pessoas precisam ser curadas. A última avaliação que tivemos mostrou que aproximadamente 67% das pessoas conseguiram a cura da doença e essa porcentagem é baixa comparada aos parâmetros mundiais, de 85%. Isso significa que muitos foram a óbito e abandonaram o tratamento. E este treinamento é importantíssimo para trabalharmos a adesão desses pacientes ao tratamento”.
A professora Flávia Rodrigues, do curso de Enfermagem, que é coordenadora do projeto de pesquisa Atenção Básica do Município, explica que a aula magna faz parte de um subprojeto, presente em um “guarda-chuva” que já existia na UNIVALE. Ele também já trabalhava com a tuberculose, mas orientada especificamente para a população privada de liberdade. Devido a alta demanda da Secretaria da Saúde em relação a doença, foi identificada a necessidade de prorrogação, extensão e ampliação das discussões sobre a tuberculose em Governador Valadares. Além disso, foram identificadas muitas questões pontuais não só da comunidade geral, mas também da comunidade profissional.
“Como temos 5 subprojetos, hoje estamos iniciando o Tratamento Diretamente Observado, que é a capacitação para profissionais, com o objetivo de fortalecermos a ideia e a estratégia de que o tratamento precisa ser observado por um profissional de saúde o mais próximo da casa desse paciente que iniciou o tratamento de tuberculose. A aula magna é o start que demos e a capacitação acontecerá no ambiente virtual Classroom. Lá serão disponibilizados todos os materiais teóricos, desenvolvidos pelos professores da UNIVALE, e também haverá a tutoria com os alunos envolvidos no projeto.”
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