Sumário
Embarcado em Guarulhos (SP) rumo a Sinop (MT), o cão Joca morreu na segunda-feira (22) após, por engano, ter ido até Fortaleza (CE) no porão de uma aeronave. A morte do cachorro causou grande comoção, e a companhia aérea anunciou a suspensão por 30 dias do serviço de transporte de cães e gatos, até que sejam concluídas as investigações. Para evitar acidentes em viagens com pets, a gestora do Centro Médico Veterinário da UNIVALE, e professora do curso de Medicina Veterinária, Priscila Tucunduva, orienta a forma correta de embarcar os animais.
O cão Joca era um golden retriever de 4 anos. Colocado erroneamente em avião com destino à capital cearense, o cachorro nunca chegou ao destino final, onde seu tutor o aguardava. Encaminhado novamente a Guarulhos, o animal já estava morto quando retornou ao local de origem. A família do tutor reclama da falta de uma avaliação do cão Joca por um médico-veterinário. Já a companhia aérea, ao lamentar a morte do cão Joca, admitiu falha operacional, mas afirmou que o animal de estimação recebeu cuidados.
Em aviões, carros ou ônibus, um cuidado necessário que Priscila Tucunduva elenca é a consulta com um médico-veterinário para avaliação prévia da saúde do animal. “O temperamento do cachorro ou do gato influencia no modo de transportar, é importante saber se o animal é agitado, estressado ou medroso”, explicou. O caso do cão Joca demonstra que o pet também precisa estar ambientado à caixa de transporte, ela frisa.
“Antes de utilizar a caixa de transporte, é interessante acostumar o pet com esse objeto, deixando-o em um local onde o animal possa entrar e sair, para que não sinta medo no dia da viagem. A caixa de transporte deve ter espaço suficiente para que o pet consiga ficar em pé, girar 360º e possa se deitar. É recomendado forrar o fundo da caixa com tapete higiênico, para que a urina não fique em contato direto com o animal. A caixa deve ser o mais confortável possível, e pode ser colocado um objeto familiar do animal, por exemplo um brinquedo ou uma roupa do tutor, para que ele se sinta mais confiante. Não é recomendado sedar os animais durante o transporte”, afirmou a veterinária.
A gestora do Centro Médico Veterinário lembra ainda que cães e gatos têm dificuldade na dissipação de calor, por não possuírem glândulas sudoríparas (responsáveis pela produção de suor) espalhadas pelo corpo, apenas nas narinas e nos coxins (as almofadinhas das patas).
“A maior troca de calor ocorre através da respiração. Sabendo disso, podemos entender que o pet superaquece rápido no calor. Quando for viajar com o animal, é importante manter o local arejado, com boa ventilação, e não deixar o pet fechado dentro do carro, ou na caixa de transporte sob o sol”, acrescentou.
Priscila enfatiza ainda que fornecer água e alimentos durante a viagem é fundamental para o bem-estar do pet. “Pode ser oferecida a ração úmida, que mantém a hidratação e nutrição. Passear com o pet durante a viagem ajuda a reduzir o estresse, quando possível. Planejar com antecedência a viagem com o pet é fundamental para que sejam minimizados os riscos de intercorrências”, afirma a médica-veterinária.
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