Por: Natalia Lima Amaral
A cicatrização é um processo cheio de fases e que ocorre após a lesão de um determinado tecido do corpo humano. E mesmo que cada indivíduo tenha suas particularidades que influenciam diretamente nesse processo, a alimentação é um dos principais fatores que contribuem para que tudo ocorra com eficiência e da melhor maneira possível. Nele estão envolvidos mecanismos moleculares, bioquímicos e diversos outros aspectos como idade, hábitos, doenças pregressas, além do cuidado que o paciente deve ter com a ferida.
Ana Maria Germano, professora do curso de Enfermagem da UNIVALE, explica que o processo de cicatrização possui as fases: inflamatória, onde o organismo reage ao trauma; a proliferação celular ou granulação, onde as células buscam restabelecer a camada protetora do tecido; o temperamento ou maturação celular, com a epitelização da área afetada. “São diversos fatores envolvidos nesse processo, como o tipo de lesão, o local, a idade do paciente, as doenças pregressas, o cuidado, se a ferida está infectada ou potencialmente infectada. Além disso, a condição sócio econômica e o meio externo em que o paciente se encontra também influenciam nesse processo”, explica.
O estado nutricional do paciente é uma das peças chaves para que o processo de cicatrização ocorra de acordo com o esperado. A regeneração de um tecido lesado, substituído por um tecido novo, depende de nutrientes com um valor adequado, melhorando a evolução da cicatrização. Tatiana Calavorty, professora do curso de Nutrição, explica que a primeira preocupação com o paciente é se a pessoa está nutrida com os macronutrientes necessários, como os carboidratos, os lipídios e, principalmente, as proteínas.
“A desnutrição proteica pode prejudicar a cicatrização de feridas, visto que o tecido precisa de vários aminoácidos para formar as proteínas. Elas, por sua vez, são responsáveis por formar o tecido novo. Os macronutrientes são de extrema importância nesse processo. E além deles, é importante também o consumo dos micronutrientes, que são as vitaminas do complexo B e a vitamina C, essenciais na formação de colágeno, que ajuda na formação da pele. O ferro, o zinco e o selênio também fazem parte dos nutrientes necessários para a cicatrização. E claro, não podemos nos esquecer de que a hidratação no dia a dia, com água e diversos outros líquidos, é indispensável”.
Para montar o prato ideal, a professora deu alguns exemplos de alimentos que podem ser encontrados todos os macro e micronutrientes necessários. Confira:
A professora também desmistifica o termo “reimoso”, explicando que esses alimentos nada mais são do que alimentos que os profissionais da saúde pedem para os seus pacientes evitarem.
“Quando a pessoa tem algum tipo de alergia ou é propícia a algo, como por exemplo a proteína do leite, pedimos para evitar os alimentos alergênicos que podem atrapalhar no processo de cicatrização de feridas. Mas isso somente quando a pessoa tem uma predisposição”. Entretanto, de maneira geral, alimentos industrializados e com excesso de açúcar sódio, devem ser evitados. “Principalmente biscoitos, macarrão instantâneo, alimentos congelados, frituras e gordura de origem animal em grande quantidade. Além disso, alimentos ricos em compostos podem piorar o processo, visto que o seu organismo não consegue digerir e absorver adequadamente. Isso pode provocar inflamações”.
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