Sumário
Por: Natalia Lima Amaral
Com o objetivo de oferecer aos alunos um aprendizado que amplie sua visão de mundo, o curso de Direito da UNIVALE realizou um evento, no auditório do campus I, para celebrar o mês da consciência negra, juntamente com o Coletivo Abayomi. Sara Edwiges, professora do curso de Direito, conta que a iniciativa se inspirou na ementa da graduação, que busca trazer discussões sobre minorias e destacar a cultura negra, extinguindo a doutrina racista. Com um aprendizado que amplia a visão de mundo dos estudantes, o eixo orientador do curso possibilita o acesso a uma formação de uma nova mentalidade coletiva, a favor do exercício da solidariedade e do respeito à diversidade.
Para que cada estudante ressignifique o papel de cidadania nos processos de socialização, marcados, historicamente, por assimetrias, exclusão e discriminação, Sara conta que “enquanto universidade, torna-se importante e salutar ouvir histórias de lutas, resistência, perdas e conquistas vivenciadas pelas minorias. Isso amplia o aprendizado, assim como contribui com a formação de pessoas mais inclusivas e consequentemente mais humanas”. Para a professora, a relevância do mês de novembro e do Dia da Consciência Negra está na reflexão sobre a negação de direitos, que se perpetua nos dias atuais.
“A negação de diversos direitos se revela de várias maneiras, como nas violências obstétricas impostas às mulheres negras; na falta de acesso a uma educação de qualidade; nos baixos salários, moradias precárias e outras situações impostas. Precisamos lutar contra qualquer forma de racismo e dessas negações. E, como disse Angela Davis, ‘não basta não ser racista, é preciso ser antirracista’”, reforça a professora.
Yuri Miguel de Souza, aluno do 2º período do curso de Direito, comenta que, como futuro jurista, deve se atentar muito para quando for atuar profissionalmente, fazendo a diferença. “Acredito que todos deveriam ter a experiência que tivemos no evento, principalmente porque, quando ouvimos de uma pessoa tudo que ela sofreu, sente e convive, não deixamos essas questões passarem despercebidas. Isso nos faz refletir profundamente sobre a real situação do Brasil”.
O coletivo Abayomi foi fundado em 2015, a partir da necessidade de celebrar a importância do povo negro e da sua cultura para diversas áreas do conhecimento e da ciência. O nome do coletivo referencia uma boneca símbolo no Brasil, principalmente como uma expressão de resistência para as mulheres negras. A Abayomi era feita por mulheres escravizadas, que rasgavam os seus vestidos para confeccioná-las e presentear as crianças em navios de carga.
Jacqueline Françoa Rodrigues Silva de Moura é aluna do 8⁰ período do curso de Direito e faz parte do Coletivo desde a sua criação. Para ela, o esforço acadêmico que se mostra interessado em entender a importância de valorizar, divulgar a história do povo negro e das questões que envolvem a negritude no Brasil é essencial. “O evento contribui para a continuidade da minha formação, possibilitando reflexões a partir das falas dos alunos e suas apresentações que tivemos. E o Coletivo Abayomi é fundamental nesse quesito para Governador Valadares e região, principalmente por fortalecer o movimento negro e as questões que o envolvem, expandindo o conhecimento histórico a partir da nossa voz e das nossas vivências”, comenta.
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