Sumário
No dia 7 de abril é comemorado o Dia do Jornalista, a profissão já passou por várias mudanças ao longo dos anos e continua em constante evolução. Hoje, mais do que nunca, têm crescido os debates sobre a função social do jornalismo – afinal, o que é "comunicar"? Para marcar a data, conversamos com Franco Dani, que é professor do curso de Jornalismo da Univale.
Houve uma reconfiguração profunda no cenário do jornalismo. Principalmente, se considerarmos os últimos 20 anos, com o advento da internet e, consequentemente, das mídias sociais. O compromisso do jornalista com a verdade dos fatos, com a notícia e com quem a consome continua, mas o papel do leitor, do telespectador e do ouvinte mudou muito, porque eles passaram a produzir conteúdo na internet, assumindo um protagonismo nessa cadeia informativa, o que não se via duas décadas atrás. Com isso, esse cidadão sugere pautas, produz fotos e vídeos de teor jornalístico, participa de forma mais direta na produção do conteúdo que ele mesmo irá consumir no jornal, na TV, na rádio e na internet. Outra consequência disso é que o profissional do jornalismo precisou se reinventar rapidamente, acompanhando a velocidade dessas mudanças. O mais importante nisso tudo é que ele ainda é visto como um agente legitimador de parte relevante de todo o conteúdo noticioso que é produzido o tempo todo.
Comecei como estagiário na Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Valadares e depois fui para o jornalismo impresso. Foram 10 anos só no Diário do Rio Doce, na função de repórter e editor, até ser convidado para dar aula na Univale. Tenho muitas histórias para contar, e muitas delas eu compartilho em sala de aula. O aluno gosta muito de quem tem experiência na área que pretende trilhar, pois sabe que é alguém que fala daquilo com conhecimento de causa. Sou de uma época que a internet estava chegando no Brasil e que repórter conseguia pauta na rua. É onde tudo acontece. Acompanhei de perto muitas mudanças na profissão, do analógico ao digital. Enquanto professor, tentei aliar todo o conhecimento prático com as teorias. Precisei estudar bastante, me atualizar em relação a tudo que estava sendo discutido no campo da comunicação. Para isso fiz o mestrado e depois o doutorado. Hoje me vejo um profissional mais completo, com um olhar atento tanto para o fazer jornalístico dos dias atuais, quanto para as questões epistemológicas da profissão. Sempre incentivo os alunos a considerarem as duas áreas profissionais, seja ela a da reportagem ou acadêmica. Independente do que eles escolherem, aconselho que nunca percam o senso crítico. Tudo pode virar uma boa pauta. Essa tem que ser a essência de todo jornalista.
Nesses dias atuais, com tanta gente produzindo conteúdo o tempo todo, ter profissionais instruídos e com a devida formação acadêmica é fundamental. Estamos diante de uma crise de proliferação de falsas notícias. O jornalista tem um papel crucial no contexto da educação midiática. E o curso de Jornalismo da Univale tem essa preocupação. Tanto que já no primeiro período, os alunos estudam, entre outras coisas, ética profissional e cidadania. Eles aprendem desde o início seu papel e compromisso enquanto agentes sociais. Outro diferencial está na curricularização dos projetos de extensão. Todo semestre, alunos de diferentes períodos participam de ações junto à comunidade externa, com projetos relacionados ao jornalismo ambiental, ou a questões indígenas, ou étnico-raciais. Enfim, há uma preocupação não somente com a formação técnica desse aluno, mas também humanística. E esses projetos e estágios curriculares geralmente são desenvolvidos em ambientes do curso, como o Laboratório de Comunicação, a Rádio Universitária, a Univale TV e a Agência Júnior. Espaços onde os alunos aprendem e produzem muito. O curso de jornalismo produz muito, academicamente falando. Estamos sempre envolvidos em parcerias com outros cursos da instituição. Costumo dizer que o curso apresenta aos alunos, ao longo de três anos e meio, muitas ferramentas. Cada aluno vai se identificar com uma ou outra. Mas, pelo menos, ele forma tendo uma noção geral das possibilidades no campo da comunicação. Isso é o mais importante. Estamos imbuídos em entregar para o mercado um profissional completo.
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