Sumário
O Dia do Patrimônio Cultural é celebrado em 17 de agosto. Marcando as comemorações da ocasião, alunos do 3º ano do ensino médio da Escola Estadual Paulo Freire participam nesta data de uma roda de conversa sobre a Açucareira, um dos símbolos da cidade de Governador Valadares. Além disso, os alunos farão uma visita a pontos turísticos valadarenses, em ação da 9ª Jornada do Patrimônio Cultural de Minas Gerais, promovida pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha).
São parceiras dessa ação a UNIVALE e o Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural, ligado à Secretaria Municipal de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo. Professora do curso de Medicina, Sandra Nicoli é uma das representantes da universidade no Conselho e explica que cada município mineiro pode propor ações para a Jornada do Patrimônio Cultural. A “Roda de Prosa e Saberes - Monumento Açucareira” é uma das ações propostas por Valadares.
Sandra destaca uma ligação entre a Escola Paulo Freire e a antiga usina de refino de açúcar: a Grã-Duquesa de Luxemburgo era herdeira da Companhia Açucareira Rio Doce (Cardo) e dá nome ao bairro onde se situa a instituição de ensino. “A escola está localizada nas terras que pertenceram à Duquesa, que era a herdeira da Companhia Açucareira. Na roda de conversa, vamos falar de patrimônio cultural, educação para o patrimônio, inventário participativo, e falar também da Açucareira enquanto um dos monumentos tombados pelo Conselho Deliberativo de Patrimônio Cultural. Optamos também, com a indicação do professor Haruf Salmen [historiador e coordenador do mestrado em Gestão Integrada do Território, GIT], por fazer uma exposição de painéis com fotografias”, disse Sandra.
Durante a visita a pontos turísticos de Valadares, que terminará na Açucareira, os alunos da Escola Paulo Freire receberão informações sobre a formação territorial do município. A ação, que também contará com a participação da professora Patrícia Falco Genovez, tem apoio, pela UNIVALE, do curso de Arquitetura e Urbanismo, do GIT, do Núcleo de Estudos sobre Desenvolvimento Regional (Neder) e do Observatório Interdisciplinar do Território (Obit).
A professora Sandra Nicoli comentou a importância da universidade compor o Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural. “A representatividade vai muito além de sentar na cadeira para reuniões, ouvir e discutir. Também vai na efetivação de ações, com o principal intuito de disseminar e demonstrar o patrimônio cultural, que permeia nossa vida. Essa representatividade faz com que a gente se debruce e abra os braços para mais essa ação”, observou.
Além da Açucareira, outros exemplos de bens tombados no patrimônio histórico de Valadares incluem a Primeira Igreja Presbiteriana, a fachada dos Correios, a Maria Fumaça da Praça da Estação, o Pico da Ibituruna, o Pontilhão de Derribadinha e a Capela de Nossa Senhora das Graças, no distrito de Córrego dos Bernardos. A coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNIVALE, professora Marianna França, também integra o Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural, e cita ainda a realização do Encontro de Folclore realizado no distrito de Penha do Cassiano.
“No Conselho a gente discute outros bens culturais que possam ser considerados patrimônio histórico, que a gente entenda que são importantes de serem protegidos. O patrimônio não é só físico, é o saber também. Então o Conselho direciona orçamento para a festa de Penha do Cassiano, por exemplo. É importante preservar a história do lugar, o saber daquele lugar. Um prédio preservado mostra não só a história, mas como era a técnica construtiva daquele local, naquele momento. Isso diz muito sobre a evolução do lugar e das pessoas, sobre a vivência nesse espaço. É importante preservar nossa história, o saber e fazer do povo daquele local”, avaliou Marianna.
Realizada a cada dois anos, a Jornada do Patrimônio Cultural de Minas Gerais chega à nona edição em 2023, trazendo o tema “Caminhos Gerais: Itinerários e Rotas do Patrimônio Cultural Mineiro”. Para o Iepha, a Jornada sensibiliza a sociedade para a promoção, valorização e preservação do patrimônio cultural, mobilizando entidades, agentes culturais e municípios – mais de 600 municípios mineiros já participaram desde a primeira edição, em 2009. A ação na Açucareira faz parte do subtema Caminhos de Integração Territorial, que enfatiza contribuições para a expansão territorial de Minas Gerais e a conformação cartográfica atual do estado.
A data de 17 de agosto foi escolhida como Dia do Patrimônio Cultural por ser o dia de nascimento do historiador e jornalista Rodrigo Melo Franco de Andrade, mineiro que em 1937 foi responsável pela criação do Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), atualmente Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
“O período em que Rodrigo esteve à frente da instituição de proteção ao patrimônio nacional, que vai de 1937 a 1967, ficou conhecido como fase heróica, refletindo a importância do trabalho realizado. O legado de Rodrigo Melo Franco é tão grande que é impossível entender o patrimônio sem conhecer e compreender sua personalidade e atuação. Ao término de sua gestão, a instituição estava consolidada, reconhecida no país e internacionalmente pelo êxito de suas ações e realizações voltadas à preservação do Patrimônio Cultural”, afirma nota publicada pelo Iphan.
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