Você conhece a doença de lúpus? A enfermidade está no foco da campanha Fevereiro Roxo, juntamente com a fibromialgia e o Mal de Alzheimer. Apesar de serem doenças distintas, a campanha visa destacar a importância do diagnóstico correto e do tratamento adequado para cada uma delas. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, o lúpus afeta cerca de 65 mil brasileiros, entre os 20 e 45 anos de idade, e as mulheres são mais atingidas.
Em entrevista a Alex Quirino, da UNIVALE TV, o reumatologista Estevão Rosa explicou que o lúpus é uma doença crônica inflamatória de origem autoimune que atinge diversos órgãos e sistemas – principalmente pele, articulações, pulmões, rins e coração.
“É uma doença que pode haver alguns subtipos, como o lúpus eritematoso sistêmico, lúpus cutâneo e lúpus induzido por drogas. O lúpus eritematoso sistêmico é a forma mais encontrada e prevalente na sociedade, é aquela forma que atinge vários órgãos e sistemas, e é a forma mais grave de manifestação da doença. O lúpus cutâneo se restringe à pele, cútis e couro cabeludo, e é uma forma mais branda da doença. E o lúpus induzido por drogas é ocasionado pela presença ou pela ingestão de medicamentos, ou uso de drogas”, afirmou o médico.
O surgimento do lúpus eritematoso sistêmico, forma mais grave da doença, pode ser influenciado por predisposição genética e fatores hormonais. “O que se sabe é que a partir de uma predisposição genética, associada a gatilhos ou fatores hormonais e fatores ambientais, essa doença surge. Fatores hormonais, no caso das mulheres, é preponderante, por volta dos 13 ou 14 anos de idade, com a presença do hormônio estrogênio. Também há fatores ambientais, como a fotossensibilidade, com a irradiação solar, os raios UVA e UVB do sol, principalmente radiação UVB”, disse Estevão Rosa.
Fatores emocionais, como estresse e ansiedade, não estão ligados intimamente à enfermidade, acrescentou o reumatologista. Mas ele pondera que um organismo que sofre estresse contínuo pode se predispor ao surgimento da doença.
Os sinais e sintomas, destacou Estevão, variam conforme o subtipo da enfermidade. “O lúpus eritematoso sistêmico se manifesta mais na pele e nas articulações. Na pele, observamos manchas avermelhadas pelo rosto, pescoço, ombros e braços, que são áreas fotoexpostas, que sofrem a radiação solar. Existe uma lesão em forma de asa de borboleta, que ocorre nas maçãs do rosto e nariz, que é muito típica da doença. Pode ocorrer também alopecia, a queda de cabelo, até de forma crônica, em que não é possível reverter o quadro. Nas articulações, ocorrem dor e inchaço, principalmente nas mãos, pés, tornozelos e joelhos. Em órgãos, nossa maior preocupação é o acometimento renal, que com a evolução da doença pode ocorrer inclusive a redução da função dos rins, com insuficiência renal crônica”, salientou.
O diagnóstico é realizado por critérios clínicos e resultados de exames laboratoriais. Segundo o reumatologista, a prevenção é direcionada às pessoas com predisposição a contrair a doença, e as recomendações incluem cuidados para evitar a exposição ao sol e o uso de medicamentos hormonais.
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