Sumário
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater–MG) é a maior empresa pública do setor em todo o Brasil. Oferecendo serviços de assistência técnica e extensão rural, a atuação da empresa abrange toda a agropecuária mineira. A Emater é responsável, por exemplo, por coordenar o PNAE, Programa Nacional de Alimentação Escolar, intermediando a compra de alimentos cultivados pelos produtores rurais para o uso na merenda escolar.
Ao todo, são mais de 350 mil produtores rurais atendidos pela Emater em cerca de 800 municípios mineiros. Para isso, uma grande equipe de colaboradores tecnicamente qualificados se distribui por todo o estado. Entre eles, estão pelo menos seis profissionais formados pela Univale. Uma das mais recentes integrantes é Eucir Ramalho. Egressa do curso de Agronomia, turma de 2016, ela passou a fazer parte da Emater no início de março, e está há uma semana trabalhando na instituição.
“Sou extensionista agropecuária II e estou em treinamento na cidade de São José do Divino para assumir o escritório de Nova Módica. Estou gostando muito do estágio. No momento estamos trabalhando no edital do PNAE, Programa Nacional de Alimentação Escolar, que compra da agricultura familiar”, relata. Para ela, “é um privilégio trabalhar com os homens e mulheres do campo para trazer desenvolvimento social para as famílias dos pequenos agricultores”.
Já Adir Monteiro de Carvalho, também egresso de Agronomia, concluiu o curso na Univale em 2002 e atua na Emater há 15 anos. Hoje o engenheiro agrônomo trabalha como extensionista agropecuário II no escritório de Governador Valadares. “Nossa função é prestar assistência técnica ao agricultor de baixa renda, e também a gestão de políticas públicas voltadas à agricultura familiar. Nós sempre fornecemos assistência técnica em diversas áreas. Minha área de atuação de preferência é bovinocultura, de leite e corte, e pequenos animais, como suínos e aves. Mas trabalho também, no foco de agricultura familiar, com fruticultura e olerícolas, que fornecem alimento para a população da região”, conta Adir.
Kelyene Sued Leite também trabalha na Emater há 15 anos. Prestes a completar 20 anos da formatura em Agronomia, ela deixou o escritório de Frei Inocêncio, onde atuou por 14 anos, para dar início a um novo projeto na cidade de Alpercata. Para ela, a maior conquista desse longo tempo de dedicação é saber que plantou sementes positivas por onde passou.
“Eu pude desempenhar um papel muito importante na área produtiva e social, principalmente na questão de mercados institucionais e comercialização. Atuei bastante na questão do associativismo, cooperativismo, na formação de agroindústrias e formalização também. Além de atender os pequenos produtores na parte de horticultura, principalmente abrangendo a agroecologia, área em que eu sou pós-graduanda. Posso dizer que eu cresci como pessoa e como profissional na Emater. É de fundamental importância a empresa na minha vida, porque hoje o que eu sei eu aprendi nela”, destaca.
Outro ponto que Kelyene destaca é a atuação com as mulheres, que de acordo com dados do Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), representam atualmente 19% dos proprietários rurais, e que enfrentam desafios específicos dentro de um universo que é majoritariamente masculino. “A maioria do meu público era feminino, então nós trabalhamos bastante com o empoderamento da mulher rural, na questão de poder realmente mostrar o trabalho delas, fazer o associativismo, e promover a geração de renda através dos grupos de mulheres”, explica Kelyene.
Em 15 anos de Emater, foram muitas experiências marcantes, aprendizado e crescimento. “A gente sempre atua, com os pequenos produtores, na demanda que eles vêm nos procurar, seja ela qual for, na bovinocultura, piscicultura, no associativismo, produção de milho e feijão, que é mais forte na região. Então, nesses 15 anos de Emater, eu posso afirmar que por onde eu passei eu deixei uma semente que logo logo terá frutos. Por exemplo, um grupo de agricultores vai formar uma cooperativa regional, e me orgulha muito ter feito parte dessa história”.
Maurilio Andrade Dornelas concluiu o curso de Agronomia no mesmo ano em que o colega Adir Carvalho. Engenheiro agrônomo formado em 2002, ele começou a atuar na Emater no dia 14 de novembro de 2005. Para ele, a principal contribuição que a Univale trouxe durante a formação foi a experiência prática antes mesmo da conclusão do curso.
Mais de 20 anos depois da formatura, e com 18 anos de atuação na Emater, ele recomenda aos novos colegas que aproveitem a solidez do caminho que já foi trilhado. “Digo aos mesmos que aproveitem para nos ensinar com suas experiências, mas também aprender com nossa caminhada, que já estamos calejados de desafios. O resultado compensa, principalmente porque trabalhamos para um público muito carente de informação de qualidade na região”, destaca.
Ademar Moreira Pires, que é gerente regional da Emater e atua na unidade de Governador Valadares, agradece pelas contribuições da Univale, ainda que de forma indireta. Para ele, o diferencial da universidade é proporcionar aos alunos “uma vivência e aprofundamento da realidade do Vale do Rio Doce”.
Ele destaca que, “por serem profissionais da região e formados em uma instituição da região, [os egressos da Univale] conhecem bem a dinâmica e realidade dos municípios, e tensionam a teoria e prática social de uma universidade que pesquisa e promove um aprofundamento do estudo da realidade regional, favorecendo a esse egresso uma experiência profissional, com uma bagagem acadêmica e estudos de caso que oferecem um diferencial na atuação como extensionista na Emater-MG”.
Fundada em 1948, a Emater MG foi a primeira Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural a ser criada no Brasil, tendo seu trabalho como referência em âmbito nacional. A instituição está diretamente vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais. Ao todo, são mais de 800 municípios atendidos dentro do estado — quase 100% das cidades mineiras.
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