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Professor Edmarcius Carvalho, coordenador do Espaço A3, com alunos de graduação que tiveram trabalhos aprovados para o 2º Encontro Luso-Brasileiro de Geografias Emocionais

Professores e alunos da UNIVALE apresentarão trabalhos em congresso internacional da Universidade de Lisboa

06 junho, 2023

Estudantes da UNIVALE, de cursos de graduação e do mestrado em Gestão Integrada do Território (GIT), tiveram trabalhos aprovados para o II Encontro Luso-Brasileiro de Geografias Emocionais, organizado pela Universidade de Lisboa (Portugal) e que será realizado de forma híbrida entre os dias 30 de agosto e 1º de setembro, com o tema “Em direção a uma justiça espacial afetiva”. A instituição também será representada pelos professores do GIT, Fernanda Cristina de Paula e Edmarcius Carvalho Novaes.

Da graduação, serão três estudantes em pesquisas de iniciação científica que farão apresentações de forma on-line. Gabriela Maria Rodrigues Moreira, do curso de Enfermagem, e Thais Dumont Santiago, do curso de Medicina, tiveram o trabalho intitulado “Experiências emocionais de pessoas surdas em espaços de saúde pública” aprovado para o eixo temático “Artes, Performances e Corpos”.

“É muito importante ter o conhecimento sobre Libras e acessibilidade de pessoas surdas na saúde pública. O projeto faz a discussão sobre essa questão. Entrevistando pessoas surdas, a gente vê as dificuldades deles em se comunicar. Os profissionais não estão preparados para atender esse grupo. A pesquisa é muito importante para termos profissionais mais preparados para lidar com pacientes surdos. Todo mundo tem o direito de estar ali e levar essa questão para um evento em Portugal é muito importante, a discussão vai para um âmbito muito maior”, comentou Gabriela.

congresso geografias emocionais

Também da graduação, Tiago de Castro Silva é aluno de Psicologia e foi aprovado com o trabalho intitulado “Políticas de ações afirmativas no ensino superior em Governador Valadares: reflexões sobre acesso, equidade e atmosferas afetivas”, que será apresentado no eixo temático “Ensino e Atmosferas Afetivas”. Em sua pesquisa, ele entrevistou estudantes que fazem parte de grupos historicamente marginalizados – como pessoas negras, LGBTQIAP+, ou com alguma deficiência – para ter uma ideia das percepções das vivências deles e como as instituições podem atuar para contribuir para a permanência deles na vida acadêmica.

“As políticas de ações afirmativas vêm basicamente para ajudar que essas pessoas tenham seus direitos garantidos. Às vezes são coisas muito simples. No nosso caso, o foco é em instituições de ensino superior. Quando a gente vê, por exemplo, adaptações físicas, como rampas e placas em braile, isso ajuda pessoas que precisam de acessibilidade para ter seus direitos garantidos”, afirmou Tiago.

Em seus trabalhos na UNIVALE, os três estudantes são orientados pelo professor Edmarcius Carvalho Novaes, que também apresentará trabalho no encontro de Geografias Emocionais. O docente acredita que o congresso é uma grande chance para que os alunos se aprofundem na trajetória de pesquisadores. “Por se tratar de um evento com foco nas Geografias Emocionais, essa oportunidade fomenta o diálogo entre os cursos de graduação em Enfermagem, Medicina e Psicologia com nosso curso de pós-graduação, que é o mestrado em Gestão Integrada do Território, ao mesmo tempo em que visibiliza resultados de pesquisa importantes que se direcionam as questões de inclusão social de diferentes grupos sociais historicamente excluídos em seus direitos, como o de acesso à saúde, e de educação formal no ensino superior”, avaliou Edmarcius.

Mestrado no Encontro de Geografias Emocionais

Pelo mestrado em Gestão Integrada do Território, a aluna Camila Mendonça – que é psicóloga, psicanalista e professora em uma instituição de ensino superior em Ipatinga – também apresentará um trabalho no Encontro Luso-Brasileiro de Geografias Emocionais, elaborado com a professora Fernanda de Paula. O trabalho aborda manifestações artísticas pautadas pela diversidade de gênero em Ipatinga, nas duas edições já realizadas da Mostra Acuenda, com trabalhos de artistas LGBTQIAP+.

“Eu e a professora Fernanda pensamos um trabalho que abordasse dois aspectos: o encontro das pessoas de Ipatinga (de seus corpos, suas emoções, suas subjetividades) com a arte da população LGBT, que é cotidianamente invisibilizada na sociedade. E também a própria população LGBT, que vivencia a inviabilização de seus corpos-territórios. Com a Mostra Acuenda ocupando espaços públicos da cidade, através da arte e de seus corpos, e dessa forma potencializando a territorialização de pessoas LGBT nos espaços públicos de Ipatinga”, relatou Camila.

Fernanda de Paula também terá outra participação no encontro de Geografias Emocionais, ministrando palestra sobre espacialidades criadas em função do racismo e da branquitude, e como o corpo negro vive essas espacialidades.

Apenas 15% da produção científica brasileira é feita por pesquisadores negros, diz Censo da Educação

“Considero esse evento internacional muito importante, porque já faz meio século que a Geografia deixou de ser uma ciência que só estuda relevo e produz mapa, tem um potencial muito amplo de leitura das realidades socioespaciais, de entender lugares, territórios e regiões a partir de perspectivas não só de relevo e geomorfologia, mas também econômica, cultural e social. E também emocional. Participar desse evento e poder divulgar a produção acadêmica que se volta para a geografia e emoções, acho um passo muito importante para compreender a realidade e poder intervir nessas realidades”, ponderou a professora.

Em sua palestra no Encontro Luso-Brasileiro de Geografias Emocionais, Fernanda falará como o racismo e pactos de branquitude são construídos por meio de gestos, hábitos e formas de viver, e reproduzidos constantemente por pessoas de diferentes origens étnicas e sociais. “É muito importante para a instituição participar desse evento. É muito importante para dar projeção para a UNIVALE, mostrando que a universidade está discutindo assuntos cruciais, importantes e urgentes da sociedade brasileira e até internacional. E é uma grande oportunidade para nossos alunos poderem partilhar o que a gente reflete a partir daqui, vivendo essa experiência internacional de comunicação científica”, acrescentou.

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