Atividade aproxima realidades diferentes, fortalece a formação e amplia a visão dos futuros profissionais da saúde
A internacionalização do ensino, muitas vezes associada a altos custos e longos deslocamentos, ganhou novas formas, mais acessíveis, democráticas e igualmente transformadoras. Prova disso é a participação dos estudantes do curso de Biomedicina da UNIVALE em um Collaborative on-line Internacional Learning (Coil) realizado em parceria com a Pontificia Universidad Católica del Ecuador (Pucesa). Entre outubro e novembro, alunos do 3º ao 8º período mergulharam em uma experiência acadêmica que atravessou fronteiras sem sair do ambiente virtual.
O projeto foi exclusivo para os alunos da Biomedicina e contou com um processo seletivo. As equipes eram formadas por dois brasileiros e dois equatorianos. No total, cinco grupos estudaram doenças infecciosas importantes como dengue, leishmaniose, tuberculose, doença de Chagas e vírus sincicial respiratório. Eles produziram resumos científicos, compararam a situação dessas doenças nos dois países, criaram propostas de intervenção com base em evidências e participaram de encontros on-line, debates e apresentações. Tudo terminou com um pitch científico final.
Para os estudantes, a experiência foi além do conteúdo técnico. “O projeto Coil foi algo totalmente diferente de tudo que eu já tinha feito. Pude aprender mais sobre microbiologia e, ao mesmo tempo, desenvolver minhas habilidades de comunicação e convivência ao trabalhar com colegas de outro país. Até meu espanhol, que estava parado, consegui praticar e melhorar”, afirma a aluna do 5º período, Natalie Garcia de Souza. Segundo ela, a troca cultural e acadêmica despertou ainda mais interesse por novas experiências internacionais.
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A professora Tauane Gonçalves Soyer acompanhou de perto o desenvolvimento dos grupos, ao lado do professor equatoriano Paulo Baquero. Para ela, o Coil cumpre um papel estratégico na formação contemporânea dos biomédicos. “Foi a minha primeira experiência em um projeto assim, e achei incrível a iniciativa da universidade. Enfrentamos desafios, como em qualquer vivência acadêmica, mas ver o comprometimento e a evolução dos estudantes foi muito gratificante”, destaca.
Ainda segundo Tauane, a metodologia expande horizontes ao conectar realidades distintas e colocar a ciência em perspectiva global. “O Coil mostrou aos alunos o quanto a Biomedicina dialoga com o mundo. Essa experiência me fez crescer também: vivenciei novas metodologias, troquei experiências com outro país e pude perceber, na prática, o impacto que a colaboração internacional gera na formação dos nossos estudantes”, afirma.
A dupla certificação internacional, que será concedida aos participantes, reforça o caráter inovador do projeto, especialmente em um cenário em que a modalidade presencial ainda é cara e inacessível para muitos. A proposta do Coil, porém, rompe essas barreiras ao aproximar culturas, estimular pensamento crítico e treinar os alunos para produzir ciência comparativa, baseada em evidências e sensível às variações sociais e epidemiológicas de cada país.
“Espero conseguir participar de mais projetos internacionais”, concluiu a aluna Natalie. Para Tauane, a resposta já está nas transformações observadas nos estudantes: “Formar profissionais mais preparados e conscientes do impacto da Biomedicina na sociedade começa com oportunidades como essa”.
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