O mês está quase no fim, mas a campanha Fevereiro Laranja deixa um alerta para o todo o ano, sobre a conscientização a respeito da leucemia, tipo de câncer que tem a doação de medula óssea como uma das principais formas de tratamento. Em entrevista à Univale TV, o médico hematologista da Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia do Estado de Minas Gerais (Hemominas), André Barreto Amaral, explicou que a detecção precoce é fundamental para aumentar as chances de cura.
A leucemia provoca mutações nas células-tronco da medula óssea, levando a um crescimento desordenado dessas células no sangue. Entre os primeiros sinais da doença estão infecções, sangramentos e fraquezas. “E geralmente são sintomas de rápido aparecimento, então durante os dias da semana as coisas vão ficando muito doloridas. E geralmente o paciente procura atendimento médico”, comentou o hematologista, em entrevista à repórter Júlia Meneguelli. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima mais de 10 mil casos de leucemia diagnosticados no triênio 2020-2022.
O médico André Barreto Amaral afirma que não há forma de se prevenir da leucemia, uma doença que tem mais de 20 tipos, com vários graus de agressividade e que atinge uma a cada 200 mil pessoas. O tratamento inclui quimioterapia e transplante de medula óssea de um doador compatível.
“A maior chance de encontrar um doador é na mesma família. Aí a gente tem 25% de chances. Depois, isso cai bastante. Mas, quanto maior for o grupo de doadores, a chance aumenta. Aumentar o volume pode ajudar. Quanto mais gente doando, maiores as chances de um paciente de leucemia encontrar doador compatível. Hoje, a maior parte dos pacientes consegue encontrar um doador totalmente compatível, ou parcialmente compatível. Porque existem transplantes com pacientes parcialmente compatíveis”, afirmou o hematologista.
Interessados em doar medula óssea em Governador Valadares podem se cadastrar na Hemominas, que fica na Rua Barão do Rio Branco, número 707, no Centro. É preciso que o doador seja maior de 18 anos. Basta se cadastrar e doar uma pequena amostra de sangue, que terá o padrão de compatibilidade analisado pela Hemominas.
“Quando houver um paciente e for pesquisado o padrão de compatibilidade que precisa, e encontrando um doador, esse doador será chamado e aí vai ser feita a doação da medula. Existem leucemias de mau prognóstico e de bom prognóstico. E, quando eu falo em prognóstico, estou falando de agressividade. No bom prognóstico, a possibilidade da doença voltar após o transplante é muito pequena. E na leucemia mais agressiva, mesmo com o transplante há uma chance de cura. Mas, sem fazer o transplante, não há chance. Então o transplante é necessário, às vezes é a única saída para muitos pacientes”, reforçou André Barreto.
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