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Foto de Girley Batista Santana, o Girley Krenak, engenheiro agrônomo e aluno do mestrado em Gestão Integrada do Território. Girley usa cocar indígena e uma camisa amarela em que está escrita a palavra Gratidão

Aluno Krenak do GIT publica capítulo em livro sobre história dos povos indígenas no Brasil republicano

06 novembro, 2024

Agrônomo por formação e aluno do mestrado em Gestão Integrada do Território (GIT), Girley Batista Santana faz parte do povo Krenak. Em coautoria com sua orientadora no GIT, a professora Patrícia Falco Genovez, Girley Krenak escreveu um capítulo para o livro “Povos indígenas no Brasil republicano – Por uma outra narrativa da História”, uma coletânea organizada pela pesquisadora Michelle Reis de Macedo, professora na Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

Capa do livro “Povos indígenas no Brasil republicano – Por uma outra narrativa da História”, coletânea organizada pela pesquisadora Michelle Reis de Macedo, professora na Universidade Federal de Alagoas (Ufal)
Capa do livro “Povos indígenas no Brasil republicano – Por uma outra narrativa da História”

No capítulo “Arrepios da memória Krenak: o Reformatório Indígena e a perspectiva de reparação”, Girley foi convidado a tratar da recente reparação coletiva por violações ocorridas durante a ditadura militar. O Reformatório era uma prisão para povos originários, e ficava localizado em território Krenak no município de Resplendor.

“Não foi uma escrita fácil, pois tocava profundamente num sentimento de tristeza e sofrimento contado pelos avós, pais e tios, assim repassando de geração em geração. Até os dias de hoje é algo que causa arrepios na pele, ao relembrar crueldades, maldades e proveitos tirados de um povo fragilizado, que só queria existir e resistir. Esse capítulo retrata o que o reformatório representou durante anos na vida de meu povo, de forma negativa, pois foi uns dos grandes responsáveis pela quase dizimação dos Krenak, forçados a deixar seu território por causa dos maus tratos e proibições de realizarem suas tradições culturais”, relata Girley.

Pesquisa de mestrado voltada à comunidade Krenak

O texto de Girley e Patrícia é fruto das pesquisas do mestrando no GIT. Para ele, o mestrado interdisciplinar tem sido diferencial, ao proporcionar a oportunidade de pesquisar uma área de seu interesse. “Tenho aprendido muito com professores e com os colegas, que são de diferentes áreas de formação e trazem para a sala de aula uma bagagem de muito conhecimento. Os professores são mais que professores, são pessoas que passam seus conhecimentos com dedicação no que fazem, mostrando seu lado humanitário e reconhecendo as dificuldades de cada aluno. Mesmo sendo engenheiro agrônomo, tive a oportunidade de desenvolver uma pesquisa voltada para a minha cultura, da comunidade indígena Krenak”, afirmou o aluno.

Ruínas do Reformatório Indígena Krenak
Ruínas do Reformatório Indígena Krenak

No GIT, o indígena é orientado pela professora Patrícia Falco Genovez, com coorientação da professora Maria Terezinha Bretas Vilarino. Patrícia acrescenta que a obra “Povos indígenas no Brasil republicano” trata de histórias, memórias, afetos e conhecimentos sobre os povos indígenas, com contribuições de diversos pesquisadores, incluindo acadêmicos de instituições como Ufal, UNIVALE, UFRRJ e UFMA, além de intelectuais indígenas, dos povos Xukuru do Ororubá, Tupinambá, A’uwe Xavante, Krenak, Xokó, Kambiwá e Tunãmak.

“Foi uma experiência impactante, tendo em vista a vivência que transbordou da memória que Girley trouxe sobre o Reformatório Indígena. Ele trouxe tanto as memórias individuais quanto as coletivas, expressando a dor e os traumas de seu povo Krenak. Essas memórias causavam arrepios, à medida que ele as compartilhava. Por isso, o título do capítulo. A reparação é, sem dúvida, um elemento importante, mas ela precisa ser efetiva, em respeito ao povo Krenak”, comentou Patrícia.

As pesquisas realizadas no mestrado, considera a professora, cumprem um papel importante de promover reflexões, ao desvelar os diversos processos de ocupação do território. Ao tratar temas de ligados à população indígena, complementa a docente, o GIT também abre portas para políticas afirmativas junto aos povos originários e tradicionais da região.

“Esses processos de ocupação não foram neutros, implicaram em experiências traumáticas para muitos dos povos e comunidades que resistiram e, agora, precisam (re)existir. Trazer à tona o que ocorreu no Reformatório Indígena é o mínimo que podemos fazer, não só para sensibilizar aqueles que ainda não conhecem a história Krenak, mas também mobilizar a sociedade para que outros processos semelhantes não ocorram novamente”, avaliou Patrícia.

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