A Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) manifesta profundo pesar pelo falecimento do professor e pesquisador Bernard Charlot, ocorrido no dia 3 de dezembro de 2025. Internacionalmente reconhecido por suas contribuições ao campo da educação e outras áreas do conhecimento, ao propor a teoria da relação com o saber, ou com o aprender, como ele destaca em seus escritos, Charlot marcou gerações de estudantes, pesquisadores e docentes, na França e em diversos países, e especialmente no Brasil, país ao qual dedicou grande parte de sua produção intelectual e afetiva.

Em Governador Valadares, sua presença foi especialmente significativa para o Mestrado em Gestão Integrada do Território (GIT), onde influenciou pesquisas, formou vínculos e inspirou trajetórias acadêmicas que hoje integram a identidade do programa.
A professora Maria Celeste Reis Fernandes de Souza, pesquisadora do GIT e pós-doutoranda sob sua orientação, relembra que sua história com Charlot começou há quase 25 anos. “Conheci Charlot em 2001 como teórico e, ao longo de 24 anos, fui experimentando a ‘teoria da relação com o saber’. Em 2015, o encontrei pessoalmente quando me acolheu como bolsista de pós-doc. Fui acolhida ao modo de ser do Bernard: calorosa, afetiva e sempre provocadora de novas indagações”, relembra Celeste.
Você pode se interessar por:
A parceria se estendeu a diversos pesquisadores da UNIVALE. Nas edições do EDUCON e nos encontros de formação, Charlot e sua esposa, profa. Dra. Veleida Anahi, abriram seu lar e corações para receber as “caravanas” que partiam de Governador Valadares. Sua presença também marcou as atividades do GIT, com aulas, diálogos e contribuições teóricas que moldaram uma rede de pesquisa, nacional e internacional, rica, afetiva e profundamente comprometida com a educação.

A professora Celeste recorda um episódio vivido em 2016, que sintetiza seu modo de ser. “Bernard vivia o que escrevia. Seus textos eram a tradução daquilo em que acreditava que era o seu modo de se relacionar com o outro e com o saber. Lembro-me especialmente de acompanhá-lo em uma aula de Pedagogia na Universidade Federal de Sergipe, numa sexta-feira à noite. Lá estava ele, atento às alunas trabalhadoras, às mães que chegavam cansadas depois de um dia difícil. Seu compromisso com elas era o mesmo compromisso com o mundo: ensinar, aprender e compartilhar sentido”.
Charlot também era conhecido pelo bom humor e pela forma leve com que encarava a vida. Costumava brincar dizendo: “Sou jovem há muito tempo.” Mesmo após sua partida, sua presença permanece viva na UNIVALE e na memória dos que aprenderam com ele, nas pesquisas que ajudou a orientar e no afeto que cultivou com a comunidade acadêmica.
A UNIVALE agradece sua contribuição generosa, sua presença marcante e o legado que continuará inspirando estudantes e professores por muitas gerações.
Por tudo isso, Charlot é presente.
“O que a memória ama fica eterno.” Adélia Prado








