O Dia do Fotógrafo é celebrado nacionalmente em 8 de janeiro, pois foi o dia em que, no ano de 1840, a primeira máquina fotográfica do Brasil chegou ao país. O equipamento, chamado de daguerreótipo, por ter sido inventado pelo pintor francês Louis Jacques Mandé Daguerre, foi usado pelo imperador Dom Pedro II – considerado o primeiro fotógrafo brasileiro. Quase dois séculos depois, a data ainda homenageia os profissionais responsáveis por registrar o mundo, de diversas formas e ângulos, através das lentes.
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Do daguerreotipo até as máquinas fotográficas digitais, os equipamentos passaram por diversas evoluções. Mas, se cada fotografia conta uma história, isso se deve ao olho humano e à sensibilidade de quem opera a máquina. No caso do fotógrafo publicitário da UNIVALE, Osias de Oliveira Júnior, o interesse pelo registro de imagens surgiu na vida familiar.
“A fotografia sempre esteve presente em meu contexto familiar, desde a infância, nos álbuns de família. Muitas fotos eram em preto e branco, era o tempo da fotografia analógica e do monóculo também. Já adulto, depois de casado, fiz fotografias com as primeiras câmeras digitais, de quatro megapixels. Eram momentos de família, como registros dos meus filhos e da gravidez da minha esposa”, revela.
Na vida adulta, o retorno à fotografia aconteceu quando já trabalhava na universidade – em um primeiro momento, como colaborador da Biblioteca Central da instituição. O equipamento havia mudado, e o primeiro objeto de interesse foi a biodiversidade no campus II, às margens do Rio Doce e com o Pico da Ibituruna compondo o cenário. “Fiquei um bom tempo sem fotografar e retomei em 2019, já na UNIVALE. Com telefone celular mesmo, fazendo registros de insetos, flores e paisagens no campus II. Depois adquiri uma câmera superzoom e passei a me empenhar mais na fotografia de biodiversidade, fazendo também paisagens e observações de espécies no campus”, relatou Osias.

O fotógrafo e os diferentes tipos de fotografia
Reconhecido dentro da universidade por seus registros de fauna e flora, e também por retratos e documentação de estruturas arquitetônicas no campus, Osias Júnior foi chamado para compor o time do Departamento de Comunicação da UNIVALE, passando a ser responsável por pela cobertura fotográfica de eventos, obras e da equipe de colaboradores da universidade. Habituado a fotografar uma vasta diversidade de objetos, ele comentou as diferenças entre os vários tipos de imagens produzidas.
- Fotografia publicitária
“No contexto da fotografia publicitária, o nicho em que atuo profissionalmente na UNIVALE, é uma fotografia que requer uma alta qualidade de imagem. A gente trabalha para que a imagem venda um produto, ou serviço. Então é algo comercial, produzido para um público-alvo, e precisa ser agradável de se ver, porque as pessoas querem uma boa imagem daquele serviço ou produto”. - Fotografia jornalística
“A fotografia jornalística mostra uma visão real dos acontecimentos, desde que eles sejam de interesse para um determinado meio jornalístico. É uma imagem que passa uma informação. Acho maravilhoso, por exemplo, um desfile de 7 de Setembro, que pode ser documentado. Ou a inauguração de alguma obra ou órgão público, ou eventos esportivos, como uma corrida rústica. Particularmente, gosto muito de usar preto e branco com a pegada jornalística. Mas isso não é uma regra, é um gosto pessoal meu. É sensacional, porque as coisas estão acontecendo ali, bem na frente do fotógrafo. E cabe a mim, à minha visão, documentar a emoção das pessoas envolvidas”. - Fotografia de biodiversidade
“A fotografia de biodiversidade captura a beleza que está presente. Eu registro o que a natureza está me entregando naquele momento. A visão que eu tenho, a forma de fazer o enquadramento e a configuração da câmara são para registrar o mais parecido com o que os meus olhos estão vendo nesse contexto. A foto registra a beleza e também documenta as mudanças que ocorrem em todo o tempo na natureza. Mudanças de estações climáticas e também das ações humanas, como uma queimada. Mas também as ações humanas construtivas, quando árvores são plantadas ou animais são soltos na natureza. A biodiversidade revela toda essa beleza para as pessoas, através da fotografia, e também traz uma consciência de preservação ambiental para quem aprecia essa fotografia”.
O estudo da fotografia na UNIVALE
Na vida acadêmica, os diferentes tipos de fotografia também são objeto de estudo na UNIVALE. Coordenador dos cursos de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda na instituição, o professor Bob Villela também aponta diferenças entre essas possíveis áreas de atuação de um fotógrafo. Bob considera que a fotografia, desde seu surgimento, é um elemento essencial do exercício de se comunicar, e em muitas ocasiões assumiu destaque e protagonismo em notícias, acontecimentos históricos, e no registro de personalidades marcantes.
“No jornalismo a fotografia tem um caráter mais denotativo, no sentido de ser um registro fiel àquilo que está acontecendo. A foto deve ser muito clara em relação ao tema e buscar o máximo possível de objetividade. As fotografias para publicidade e para cinema têm uma característica que as une, e que é essencial, a de normalmente serem produzidas. Não é sempre, mas essas fotografias passam por uma produção que envolve muitos detalhes. E quanto maior for o orçamento – tanto para a publicidade quanto para o cinema, quanto maior for o cliente ou o projeto cinematográfico –, mais produzida a fotografia será. Então vai haver uma riqueza de detalhes, toda montada de maneira a passar a mensagem que o diretor ou o departamento criativo pretendem passar. Não significa que isso vai funcionar, o público vai reagir de maneiras distintas. Mas normalmente dá certo”, comparou o professor.
No Dia do Fotógrafo, Bob Villela destaca um nome reconhecido internacionalmente que é oriundo do Vale do Rio Doce: Sebastião Salgado, nascido em Aimorés, onde, com a esposa Lélia Wanick Salgado, mantém o Instituto Terra, organização não-governamental responsável por programas e ações de conservação, recuperação, gestão e educação ambiental.
“Acho que é obrigatório, por questões geográficas e bairristas, a gente falar do Sebastião Salgado, que é mineiro de Aimorés, da nossa região, e que faz um trabalho maravilhoso de fotografia. Que não é reconhecido apenas por nós, mas pelo mundo inteiro. É um fotógrafo único no planeta, muito engajado, um homem de seu tempo. Não tem como não recomendar os trabalhos dele, que são simplesmente maravilhosos”, ressaltou Bob Villela.
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