Sumário
Por Natalia Lima Amaral
O curso de Psicologia da UNIVALE realiza hoje a palestra “Luto, outra palavra para falar de amor”, que acontece nesta quinta-feira (16/11), às 19h30, no Centro Cultural Dr. Hermírio Gomes da Silva, localizado no campus II da Instituição. Aquila Farias Campos Mariano, professora do curso e organizadora do evento, explica que o luto é um processo natural que ocorre diante do rompimento de um vínculo importante.
“Existem vários tipos de luto. Os mais conhecidos são os lutos por um ente querido, como a perda de um cônjuge, de um filho, um irmão, dos pais. Existem também alguns tipos de luto que são chamados de lutos não reconhecidos, que são aqueles como a perda de um animal de estimação, luto por um divórcio ou fim de um relacionamento, e o luto perinatal, que é a perda gestacional ou neonatal”, explicou Aquila.
A palestrante convidada para abordar o tema é a médica nutróloga, especialista em medicina paliativa, Marcela Gontijo. A palestra é direcionada para todos os docentes e discentes da UNIVALE, com certificação de atividades complementares.
A necessidade de mudar o olhar para dores profundas movimenta iniciativas como esta palestra, que busca abordar o luto, um assunto delicado e intenso, a fim de erradicar a insegurança sobre o que falar e como agir diante dos fatos. Aquila explicou que é essencial olhar para o tema sem sentir um peso ou achar que é algo obscuro, visto que falar de morte é falar do amor em sua forma mais genuína.
“O sofrimento que acompanha o luto é proporcional ao amor sentido pela pessoa que morreu. Quando vemos alguém enlutado, vemos ali o amor em sua forma mais concreta. É diante da realidade do rompimento desse vínculo que surge todo o desespero e as demais reações esperadas nesse processo. As reações podem ser alterações de humor, cognitivas, como diminuição da atenção e problemas de concentração, além de sentimentos de desesperança, culpa e outros”, comentou a professora.
Para os futuros profissionais da psicologia, saber acolher de maneira humanizada e com olhar empático para o enfrentamento deste processo é imprescindível. “Precisamos desmistificar algumas questões, como a de que trabalhar com luto é algo sombrio, pesado e ruim. Precisamos de um olhar que conecta, que acolhe e que vê uma possibilidade de trabalhar de forma mais leve e dentro do modelo dual, que trabalha o olhar do paciente em luto para aspectos relacionados à perda e para aspecto relacionado à restauração, à vida”, explicou Aquila.
A professora defende que a melhor forma de acolher uma pessoa em processo de luto é se fazer presente, oferecendo uma escuta atenta e sem julgamentos. “É necessário ter sensibilidade para não fazer com que o outro sinta que precisa ficar bem logo. Algumas expressões que demonstram essa cobrança são: ‘Quando você vai se desfazer das coisas que ficaram? Quando quer engravidar novamente? Você é jovem e rápido irá se casar! Era apenas um bichinho, não fique assim’. E isso acaba invalidando os sentimentos da pessoa”, comentou.
Além disso, Aquila explicou que o luto é um processo doloroso e a melhor abordagem é ouvir e validar os sentimentos da pessoa que está enfrentando. “A depender da proximidade que se tem com o enlutado, oferecer ajuda em coisas práticas e rotineiras que ele possa ter dificuldade de executar no momento é uma forma de acolhimento”, comentou.
O psiquiatra britânico, Colin Murray Parkes, é autor da frase "amor e perda são duas faces da mesma moeda”, que motivou algumas reflexões importantes sobre a temática da palestra. “Viver um grande amor também é pensar na possibilidade da perda. Isso não deveria nos trazer angústia ou medo, mas nos levar a viver plenamente cada momento perto de quem amamos, visto que não dá para se ter um amor sem considerar a outra possibilidade da perda”, comentou Aquila.
Receba notícias sobre: vestibular, editais, oportunidades de bolsa, programas de extensão, eventos, e outras novidades da instituição.
"*" indica campos obrigatórios