Historiador e coordenador do mestrado em Gestão Integrada do Território (GIT) da UNIVALE, o professor Haruf Salmen Espíndola foi o palestrante de abertura da II Jornada de Pesquisas do programa de Pós-Graduação em História, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), na quarta-feira (15). A palestra “Tempo e escala: desafios da abordagem territorial na Pesquisa Histórica” foi ministrada de forma remota, por plataforma on-line.
A Jornada foi organizada para aprimorar as discussões do programa de pós-graduação em História da UFU, pensando a abordagem territorial na pesquisa histórica. Na palestra, Haruf defendeu que a historiografia deve ser pensada a partir do tempo em que vive o historiador. A produção do conhecimento na área, ele avalia, está centrada no estado-nação, no território e sua população, considerando ainda o poder como ferramenta de análise.
“O ato de narrar é um ato de poder, porque seleciona o que entra e o que é esquecido, inclui e exclui dentro dessa narrativa. E a ideia de progresso continua presente, na concepção de que o tempo se dirige a um fim melhor e superior. Essa ideia foi duramente criticada no século 20, mas ainda compõe nossa estrutura social e mental”, afirmou Haruf.
O coordenador do GIT também abordou conceitos como tempo e espaço, e salientou que ambos são importantes para a historiografia. “Eu vivi a experiência de fazer quatro anos de graduação em História sem estudar Geografia. A História trabalha com o tempo, a Geografia trabalha com o espaço. São coisas distintas. Mas será que o espaço deixou de estar presente na historiografia? Não que a historiografia negligenciou de maneira absoluta o espaço, que sempre esteve presente. A questão é como esse espaço é visto”, declarou.
Um dos organizadores da Jornada de Pesquisas em História, o professor Jean Luiz Neves Abreu, da UFU, considerou que a palestra de Haruf apresentou bem a trajetória de conceitos de espaço e de território, e como os historiadores vêm lidando com essas noções. “Esse território tem sido discutido de forma diferente, numa perspectiva multidimensional. Pensar o território hoje é deixar de pensar somente onde as ações ocorrem. É preciso tratar o território como um problema, inclusive conceitualmente e teoricamente. Essa tem sido a maior dificuldade dos historiadores ao lidar com o território, porque eles lidam apenas como o espaço onde as ações ocorreram e o contexto de recorte espacial”, observou Jean.
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