Pesquisas que trabalham com a ciência cidadã são aquelas que incluem participantes de fora do meio acadêmico, sem vínculo com instituições de pesquisa ou de ensino superior

Com a participação de quatro escolas da rede pública estadual, o Laboratório Cidadão de Ecologia do Adoecimento e Saúde dos Territórios (Leas), da UNIVALE, reuniu mais de 100 alunos de ensino médio em uma pesquisa de ciência cidadã sobre vetores de arboviroses, analisando o risco de proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor de vírus das doenças dengue, chikungunya e zika. A professora Renata Campos, coordenadora do Leas e da pesquisa, que tem apoio da Unesco (agência de educação da Organização das Nações Unidas), esteve nas escolas participantes para orientar os estudantes na coleta de dados.
Pesquisas que trabalham com a ciência cidadã são aquelas que incluem participantes de fora do meio acadêmico, sem vínculo com instituições de pesquisa ou de ensino superior. Intitulado “Ciência cidadã: investigação de vetores das arboviroses no território urbano em uma perspectiva socioambiental integrada considerando o meio circundante e os atores sociais”, o projeto coordenado por Renata Campos, conforme detalha a professora, tem como objetivo avaliar a saúde ambiental do entorno das escolas participantes – e, para isso, os cidadãos cientistas coletam insetos e ovos de Aedes aegypti, além de realizarem o diagnóstico ambiental do território.
“Nós fizemos as coletas de dados com os estudantes das quatro escolas que participam do projeto como cientistas cidadãos. O diagnóstico ambiental do território é feito pelos próprios estudantes, que avaliam a presença de fatores de risco para proliferação do Aedes, como pneus, entulhos e outros criadouros. Nos últimos meses, os estudantes participaram de atividades de formação, relacionadas com os riscos de arboviroses, e construíram uma cartografia territorial. Os cidadãos cientistas, forma como os estudantes são chamados no projeto, estão aprendendo na teoria e na prática como se faz pesquisa científica”, explicou Renata.
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A pesquisa tem participantes das escolas Quintino Bocaiúva, Abílio Rodrigues Patto, Antônio Ferreira Lisboa Dias e Júlio Soares, todas da rede estadual. Com a conclusão da coleta de dados, a próxima etapa prevê a atuação dos estudantes de ensino médio no Leas, no campus II da UNIVALE, para processar e analisar os materiais coletados. Os resultados, acrescenta Renata, serão apresentados por eles em um evento de culminância do projeto, em dezembro.
“O mais marcante deste projeto está sendo a transformação dos alunos. A ciência cidadã se tornou uma ferramenta real para que eles compreendessem e cuidassem do próprio território. Mais que aprender Biologia, eles estão descobrindo o valor do pertencimento. Está sendo bonito ver a mudança de olhar e a apropriação na execução das atividades”, comentou a professora Karla Rocha, da escola Abílio Rodrigues Patto.
Aluno do 3º ano na mesma escola, Kelvin Procopio dos Santos viu novas oportunidades de aprendizado com o projeto de ciência cidadã. “O projeto do Leas foi essencial para eu compreender sobre questões relacionadas a arboviroses que eu não entendia. Além disso, a experiência de ter contato com pessoas do bairro foi gratificante e mostrou que o aprendizado não se limita somente a sala de aula e escrever em cadernos, o conhecimento pode ser aplicado de maneiras diferentes e criativas”, avaliou Kelvin.
Também estudante do 3º ano na Escola Abílio Rodrigues Patto, Lorrayne Chaves viu na experiência com ciência cidadã uma forma de atuar no combate às arboviroses. “Participar do projeto junto com o Leas foi uma experiência muito gratificante, pois me ajudou bastante a conhecer como funciona o ciclo de vida do mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue, zika e chikungunya. Esse projeto não foi só desenvolvido em sala de aula, mas também teve momentos fora de sala e da escola. Isso nos ajudou a entender que muitas pessoas querem ajudar a combater esse mosquito que transmite a doença”, afirmou Lorrayne.

