Preocupados com a vulnerabilidade da etnia Maxakali em Minas Gerais, a Universidade Vale do Rio Doce (Univale) e o Distrito Sanitário Especial Indígena de Minas Gerais e Espírito Santo (DSEI MG/ES) se uniram para identificar os pacientes mais vulneráveis. Foram feitas ações de mapeamento no território Maxakali, que fica nos municípios de Bertópolis e Santa Helena de Minas, no Vale do Mucuri.
A preocupação dos órgãos da Funai e do Ministério da Saúde com a disseminação de viroses entre os indígenas não é recente. Por exemplo, temos um caso ocorrido em 2018, quando as aldeias Maxakali enfrentaram um surto de virose que contaminou cerca de 200 índios. Além disso, o alto índice de contaminação do novo coronavírus e a facilidade com que a doença se espalha são agravantes.
A ação faz parte do plano de contingência para o enfrentamento da pandemia da Covid-19 no território Maxakali. O plano começou em março de 2020, quando o DSEI atualizou os reconhecimentos geográficos das 21 aldeias e fez o recadastramento das famílias Maxakali das comunidades de Pradinho (Bertópolis) e Água Boa. Em conclusão, o mapeamento identificou 1.873 pessoas, morando em 292 residências e distribuídas em 21 aldeias. As duas comunidades representam 78,2% da população Maxakali.
A partir da atualização, os registros geográficos das 21 aldeias e os bancos de dados demográficos e de morbidade Maxakali foram utilizados para a elaboração de um mapeamento das condições de vulnerabilidade das famílias à Covid-19. Assim, busca-se identificar e acompanhar as famílias, com o objetivo de minimizar os impactos gerados pela disseminação do vírus no estado de Minas Gerais. O projeto foi ampliado para os municípios de Machalis, Umburatiba, Santa Helena e Bertópolis.
O professor Roberto Carlos de Oliveira, membro do Núcleo de Pesquisa Saúde, Indivíduo e Sociedade da Univale (SAIS), lidera a pesquisa juntamente com o mestrando Pedro Santiago. O projeto foi selecionado entre as três melhores ações do estado de Minas Gerais. Além disso, a iniciativa de implantação dos rastreadores de contato foi pioneira na comunidade. Para implantar o método, o professor Roberto Carlos participou de um curso internacional da Organização Mundial de Saúde.
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