Por: Natalia Lima Amaral
De acordo com dados do Sistema Nacional de Informações Florestais (Snif), o Brasil possui 58,5% do seu território coberto por florestas. Além de proporcionar conforto, essas matas são responsáveis pela ciclagem de nutrientes, autodepuração das águas, melhoria das condições climáticas, reprodução de inimigos naturais de pragas e muito mais.
A região de Governador Valadares tem seu território completamente dentro do bioma da Mata Atlântica, que é o ecossistema mais devastado do país. Estima-se que essa mata cobria cerca de 1.110.182 Km² do território brasileiro, sendo que hoje apenas 12,5% desse espaço está preservado.
Boa parte dessa devastação vem da ocupação humana, do desmatamento para pecuária e agricultura, da exploração de minério e de outras atividades que degradam o meio ambiente. Mais recentemente, tivemos ainda o caso do rompimento da barragem de Fundão, em 2015, que atingiu o rio Doce e consequentemente o seu ecossistema.
A contaminação da água, somada à destruição da mata ciliar, contribui para a degradação da Bacia do Rio Doce, que é fonte de abastecimento de água para a região, e traz renda para inúmeras famílias que vivem da pesca. A mata ciliar, que fica próxima aos rios, é essencial para manter os cursos d’água e contribuir para o não assoreamento.
A professora Renata Campos, que comanda o projeto de pesquisa "Potencial de recuperação da qualidade da água, sedimentos e da riqueza de espécies e biodiversidade de áreas prioritárias da bacia do Rio Doce, em Minas Gerais: uma ação integrada", exemplifica de maneira simples essa função: “A mata ciliar protege o rio assim como os cílios protegem os nossos olhos. Ela evita que vários tipos de poluentes cheguem nos cursos d’água, funcionando como um filtro. Além disso, é nessas matas que boa parte do alimento responsável por nutrir os peixes, por exemplo, é produzido. Ficam na margem do rio”.
A professora também explica no seu projeto de pesquisa que, de modo geral, as matas ciliares vêm sendo degradadas historicamente, assim como toda a mata atlântica. Sobretudo, depois de 2015 com o desastre do rompimento da barragem, muitas pessoas começaram a perceber a importância delas e têm prestado mais atenção ao tema. E para conservar a água é essencial também conservar a vegetação que está nas margens.
“É importante protegermos as florestas pelo simples fato delas serem compostas por diversos seres vivos, que têm o direito de existir. Sobretudo eles também nos prestam serviços e são importantes para nossa qualidade de vida. Temos visto acontecer projetos de recuperação de áreas ciliares tanto no entorno do rio Doce quanto próximo de nascentes, que vão formar os cursos d’água e que alimentam os rios.”
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