A UNIVALE já começou a temporada de colações de grau do segundo semestre de 2024. Para muitos estudantes, a cerimônia de formatura marca o início da vida profissional, mas a turma de Psicologia deste período terá duas exceções, dois alunos já idosos, aposentados em carreiras construídas por décadas, mas que permanecem em busca de conhecimento. Quando a turma subir ao palco do auditório do Centro Cultural Hermírio Gomes da Silva, o Hermirão, no campus II, na próxima quarta-feira (11), entre os formandos estarão Rosany Brasileiro Vieira Puppo, de 65 anos, e Ivanor Tassis, aos 83 anos.
Formada inicialmente em Pedagogia, Rosany teve no trabalho com educação o estímulo para também se tornar psicóloga. “Sou professora aposentada do Estado e sou pedagoga analista, lotada na Secretaria Municipal de Educação, aposentada também. Escolhi Psicologia porque eu sou da educação e sempre tive vontade de complementar minha formação com essa área, que para mim era desconhecida, mas me ajudaria a compreender muitas necessidades educacionais. Eu tinha um sonho de, depois que eu educasse meus três filhos, fazer o curso de Psicologia”, explica Rosany.
A conquista da nova formação, para ela, também foi uma oportunidade de autoconhecimento. E Rosany quer aprender ainda mais sobre a área, conciliando estudos com o convívio familiar, para aproveitar os netos. “Quero me aperfeiçoar, estudar mais e me aprofundar. Estou aberta aos projetos que surgirem, mas eu vou continuar procurando conhecimento e estudando. Eu tenho netos, então eu quero curti-los, vou continuar buscando conhecimento e curtindo um pouco a vida”, afirmou.
Na UNIVALE, a maior parte dos colegas de turma era composta por alunos mais jovens, ainda na graduação, e Rosany considera que a convivência com os outros estudantes foi boa: “Eu me adaptei totalmente”. A sensação de acolhimento também faz parte da experiência do outro aluno idoso que se forma agora, Ivanor Tassis.
“O mundo em que vivi e criei minha família não existe mais, hoje o contexto é completamente diferente. Eu me inseri nesse contexto, meus colegas formandos me trataram de igual para igual. Terminando o curso, hoje me sinto muito mais inteiro e capaz de acolher qualquer tipo de situação, entendo e validando. Minha relação com a juventude, com meus filhos e netos, melhorou muito. Ficou muito mais leve, mais fácil. O único problema com a formatura, em meio à euforia e alegria da família, é que sinto uma ponta de tristeza por perder o convívio com minha turma. Durante cinco anos, eles fizeram parte da minha família. Meus filhos e netos moram fora, e esses meninos foram uma extensão da minha família. É muito gratificante estar com eles, espero que a gente não perca o contato. Vou acompanhar e incentivar as carreiras deles, tenho certeza que todos são capazes. É uma família que agreguei à minha e eu não gostaria de perder o contato”, relatou Ivanor.
Com duas graduações anteriores, em Economia e em Propaganda e Marketing, além da experiência de já ter dirigido um jornal impresso, Ivanor buscou na Psicologia uma forma de compreender melhor o comportamento – após a graduação, ele deseja ser voluntário em áreas como acolhimento, emergência ou musicoterapia. “Depois da a aposentadoria eu fui curtir minha família, mas sempre tive vontade de estudar Psicologia, por achar fascinante o estudo do comportamento humano. Inclusive para me autoavaliar, porque na minha época não havia essa possibilidade, nem se falava em terapia. Eu me encontrei nesse curso”, declarou.
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