Exatamente quatro anos depois do rompimento da barragem de Fundão, o Mestrado em Gestão Integrada do Território (GIT), iniciou nessa quarta-feira, 6 de novembro, o Seminário Integrado Rio Doce (SIRD), com uma série de programações para discutir o desastre que provocou 19 mortes, devastou o rio Doce e atingiu o mar no Espírito Santo.
O evento, que chega em sua 4ª edição, reuniu representantes do Comitê Bacia do Rio Doce, comissões de atingidos e do Fórum Permanente em Defesa do Rio Doce, além de moradores de Governador Valadares, Brumadinho, Tumiritinga e Barão de Cocais, que foram atingidas pelo desastre.
Segundo Renata Campos, professora do Mestrado, “com um olhar integrador, abordagens interdisciplinares e pesquisas desenvolvidas sobre diferentes perspectivas do desastre, o GIT busca entender quais são as implicações e explicações para esses eventos”. Já o coordenador do curso de Engenharia Civil e Ambiental da Univale, professor Hernani Santana, explica que foram diversos prejuízos para o Rio Doce trazidos pela tragédia, "tanto em questão de qualidade da água, quanto prejuízos socioeconômicos, para a população ribeirinha e para as pessoas que dependem do rio para sobreviver".
Durante a manhã do primeiro dia do evento, os presentes puderam participar de uma roda de conversa sobre o desastre e seus desdobramentos, além da ampliação de parcerias e trabalhos em rede, de uma Feira de Economia Solidária e exposição de painéis produzidos pelos atingidos.
A história do pescador Marcelo Tomaz desenha exatamente o que foi dito pelo professor Hernani e consagra o objetivo do Seminário. Ele trabalhava como pescador no rio Doce há mais de 30 anos e agora encontra inúmeras as dificuldades para continuar a profissão.“O nosso rio costumava ter várias espécies de peixes, mas depois do desastre a grande maioria sumiu. Por ter poucos, não conseguimos pescar, e quando pescamos, não conseguimos vender, por que as pessoas não comem mais os peixes do Rio Doce”, contou. Marcelo esteve presente no SIRD e participou das discussões junto com os demais atingidos.
O Seminário continua até o dia 8 de novembro e a programação pode ser conferida no link www.univale.br/sird
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