A data de 18 de fevereiro é o Dia Internacional da Síndrome de Asperger, uma condição psicológica do espectro autista e percebida em pessoas sem atraso cognitivo ou de linguagem, mas com dificuldades na interação social e na comunicação não-verbal. A síndrome, no entanto, foi recentemente excluída de manuais de diagnósticos e unificada ao Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).
Psiquiatra infantil e professor do curso de Medicina da Univale, André Martins avalia que “o Asperger é ainda muito conhecido e tem um valor histórico e cultural”, embora a condição tenha sido incorporada ao TEA. O médico afirma que os sintomas mais evidentes do transtorno são a rigidez comportamental e a inadequação social, mas esses sinais demoram a se apresentar durante o desenvolvimento da infância.
“O espectro autista é amplo. De 30% a 40% dos casos diagnosticados do espectro estão os autismos leves e o Asperger. No Asperger há um atraso sutil na comunicação social. As pessoas se comunicam de maneira diferente, usando palavras peculiares, apresentam uma dificuldade de interpretação de sinais sociais, têm interesses específicos. Não há atraso de QI [quociente de inteligência], normalmente é QI médio ou de altas habilidades, e não apresentam dificuldade na escola”, explicou o psiquiatra.
A mudança de classificação do diagnóstico não provocou mudanças no tratamento, salienta ainda André Martins. Profissionais de áreas como Psicologia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional estão entre os que acompanham pessoas com TEA.
“O tratamento continua sendo com as terapias comportamentais, para ajudar as crianças com diagnóstico com TEA a conviver melhor com as outras pessoas e a ter mais autonomia e maior qualidade de vida. Lembrando que o Asperger e qualquer outro nível do TEA não são uma doença, e sim uma condição. Então não há, portanto, uma cura. Mas existem tratamentos e acompanhamentos multiprofissionais, para garantir uma melhor funcionalidade e qualidade de vida desse indivíduo”, destacou o médico e professor.
A data foi escolhida por ser o aniversário do pediatra austríaco Hans Asperger, que descreveu pela primeira vez a condição e seus principais sintomas. A síndrome recebeu o nome do pediatra após seu falecimento, em 1980. A nomenclatura também passou a ser controversa depois da descoberta que, após a anexação da Áustria pela Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, Hans Asperger colaborou com programas nazistas de eutanásia em pessoas – incluindo crianças – consideradas geneticamente impuras.
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