O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é um distúrbio que se manifesta com crises recorrentes de obsessões e compulsões. Em entrevista a João Marcos Lima, da UNIVALE TV, a psicóloga Áquila Farias explicou sintomas, diagnóstico e tratamento dessa condição que, em seu estado mais crônico, pode se tornar incapacitante e prejudicar a qualidade de vida do paciente.
Áquila Farias alerta que o perfeccionismo pode eventualmente ser um indício de que a pessoa possua o TOC – mas isso, por si só, não é suficiente para um diagnóstico. Algumas pessoas podem apenas manifestar essa característica, sem necessariamente ter o Transtorno Obsessivo-Compulsivo.
“Algumas pessoas perfeccionistas podem ser confundidas com pessoas com TOC, porque há um tipo de TOC de organização, que pode trazer para a pessoa essa questão do perfeccionismo. A pessoa faz questão de que tudo esteja alinhado de uma forma perfeita, de que todo o trabalho seja concluído somente quando estiver tudo perfeito, com tudo muito bem organizado e simetricamente alinhado. Mas o transtorno não é apenas isso. Muitas pessoas podem ser apenas perfeccionistas, e não terem o TOC. Para ter o Transtorno Obsessivo-Compulsivo é necessário que isso tenha trazido alguns prejuízos para algumas áreas da vida desse indivíduo. Pessoas organizadas e perfeccionistas não necessariamente são pessoas que têm o Transtorno Obsessivo-Compulsivo”, disse a psicóloga.
Conforme Áquila, o TOC afeta a vida dos pacientes em sintomas chamados de obsessões e compulsões. “As obsessões estão no nível de um pensamento automático, aquele pensamento intrusivo que a pessoa não deseja ter e surge de uma forma espontânea. Mas que a pessoa não consegue resistir, e pode surgir através de uma imagem ou de um impulso mental. Geralmente são pensamentos bem catastróficos e a pessoa busca um alívio para aqueles pensamentos intrusivos. E tem o que a gente chama de compulsões, ou rituais, que seriam as manias do TOC. São rituais de verificação, rituais de limpeza excessiva, rituais de organização. Esses são chamados de compulsão, ou obsessão do TOC”, explicou.
O diagnóstico, acrescenta ela, é feito por um psiquiatra ou por um psicólogo, e se dá através de uma avaliação em entrevista clínica e anamnese, com coleta de dados do paciente, como histórico familiar e prejuízos que possam ser causados por compulsões. O tratamento padrão para o TOC é a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), podendo ser complementada por medicamentos prescritos por um psiquiatra.
“Os familiares têm um papel muito importante no tratamento, porque os pacientes com TOC podem se sentir bastante envergonhados desses atos compulsivos, e podem começar a evitar algumas situações sociais para não passarem por certos constrangimentos. O familiar, conseguindo ter uma empatia e não fazendo certas piadas que vão constranger ainda mais o paciente, já fará uma boa coisa. Também é importante ajudar essa pessoa a se engajar na busca por tratamento”, comentou Áquila.
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