Ao final do 2º Seminário organizado pelo Coletivo Abayomi, em março deste ano, entidades parceiras e o próprio Coletivo elaboraram uma Carta Compromisso, comprometendo-se a, entre outros pontos, fortalecer a rede antirracista na região e a implementar ações institucionais de enfrentamento à discriminação racial. A UNIVALE é uma das signatárias dessa Carta Compromisso, que também estipulou a data de 19 de março de 2026 para a realização do 3º Seminário Abayomi.
A coordenadora do Coletivo Abayomi, Érika Benigna, entende que a participação de instituições fortalece a rede de enfrentamento ao racismo. “O combate ao racismo só surtirá efeito efetivamente se as instituições, assim como a UNIVALE tem feito, se comprometerem de verdade com essa luta. Sem esse comprometimento das instituições, a gente não consegue efetivamente combater o racismo. Porque a questão da luta e do combate contra o racismo é uma obrigação de todos nós, independentemente da cor da pele”, afirmou Érika, que também é egressa do mestrado em Gestão Integrada do Território (GIT) da UNIVALE e pesquisadora do Núcleo Interdisciplinar de Educação, Saúde e Direitos (Niesd), laboratório do GIT.

Érika acrescenta que, em um país estruturalmente racista como o Brasil, atitudes racistas costumam ser normalizadas em práticas sociais. Desta forma, argumenta a coordenadora do Coletivo Abayomi, o racismo é constantemente reproduzido no funcionamento de diversas instituições. “Nós precisamos entender que somos um país estruturalmente racista, onde o racismo está dentro da normalidade da nossa sociedade, das nossas práticas sociais. Portanto, está dentro do funcionamento das diversas instituições que a gente tem, seja da educação, da saúde ou da segurança pública. Essas instituições estão o tempo todo reproduzindo o racismo”, disse a pesquisadora.
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Compromissos firmados com o Coletivo Abayomi
Além da UNIVALE, assinam a Carta Compromisso o próprio Coletivo Abayomi e as seguintes entidades: Conselho Municipal de Educação, Instituto Federal de Minas Gerais (Campus Governador Valadares), Ministério Público de Minas Gerais, Secretaria Municipal de Educação de Governador Valadares, Superintendência Regional de Ensino de Governador Valadares, Superintendência Regional de Saúde de Governador Valadares, e Universidade Federal de Juiz de Fora (Campus Governador Valadares). Todas essas instituições se comprometem a:
- Formalizar a rede de enfrentamento ao racismo indicando representantes das instituições parceiras para a sua consolidação.
- Fortalecer as medidas para o cumprimento dos marcos legais nacionais e internacionais no que se refere ao racismo e à discriminação étnico-racial.
- Promover ações internas e externas de sensibilização e conscientização antirracistas.
- Estimular, institucionalmente, a criação de instâncias de discussão, promoção, estudos e formação na pauta racial e as interseccionalidades.
- Empreender esforços para ampliar a rede de enfrentamento ao racismo.
- Realizar o 3º seminário do Coletivo Abayomi em 19 de março de 2026.

Representantes das entidades signatárias da Carta Compromisso se reunirão às 15h do dia 9 de junho (uma segunda-feira), na sala 2 do Bloco A2 da UNIVALE. “Estamos pedindo que todas as instituições deem visibilidade à Carta. Vamos discutir as ações feitas, as formações e encontros, envolvendo todas as instituições que assinam a Carta”, relata a professora Maria Celeste Reis Fernandes de Souza, também pesquisadora do Niesd.
As instituições que assinaram a Carta Compromisso, salienta Celeste, devem coibir todas as práticas de racismo e a realizar formação de pessoas e profissionais para atuar na promoção da equidade. “Aqui na UNIVALE o debate racial vai se consolidando nos projetos políticos-pedagógicos e com a chegada cada vez maior de pessoas negras na instituição como discentes. No próprio mestrado tem uma bolsa de ação afirmativa. Dar visibilidade a essa pauta é um compromisso com essa rede de enfrentamento ao racismo”, frisou a professora.
Alguns dos projetos e ações de enfrentamento ao racismo contam com apoio de órgãos como o Fundo Brasil, que fez aporte financeiro para realização do Seminário Abayomi e na produção de material educativo, e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que, em parceria com o Ministério das Mulheres, aprovou o projeto de pesquisa “Meninas da Educação Básica, graduandas e professoras nas áreas de Ciências Exatas apropriando-se de estratégias de pesquisa de opinião e constituindo-se como produtoras de conhecimento sobre as relações entre gênero, raça e Matemática”, coordenado pela UNIVALE e desenvolvido com meninas negras em cinco municípios, com participação de outras universidades.
Leia, na íntegra a Carta Compromisso:
https://univale.br/wp-content/uploads/2025/05/CartaCompromisso26marco2025atual.pdf
