Linha de pesquisa: Educação, Saúde, Ambiente e Direito e Território, Migração e Cultura

“Territorialidades, Vulnerabilidades e Resiliências" busca investigar diferentes dinâmicas territoriais, a partir da transversalidade presente no território. Fundamenta-se no contexto regional e toma como premissa a presença:

a) de múltiplas vulnerabilidades que configuram as dinâmicas socioterritoriais;

b) de sujeitos/atores que afirmam seu protagonismo e configuram modos de vida nos territórios, engendrando práticas e resiliências constitutivas de territorialidades. Assim, o projeto estruturante do NIESD se interessa pelas dimensões socioespaciais, socioculturais, socioeconômicas e socioambientais do território relacionadas às temáticas da educação, saúde e direitos. Na transversalidade considera os ciclos de vida, diferenças de gênero, étnicas, raciais, culturais, religiosas e de classe; a cidade e campo; e as comunidades tradicionais. Como decorrência do exercício investigativo tem o propósito de fornecer elementos para a Gestão Integrada do Território, subsidiando atores e políticas públicas; e realizar a interlocução com a educação básica, movimentos sociais, comunidades e grupos tradicionais, da cidade e do campo, por meio da produção do conhecimento, via ciência cidadã, comunicação científica e ações extensionistas.

Políticas de Ações Afirmativas em Instituições de Ensino Superior em Governador Valadares: uma discussão sobre acesso e equidade (Apoio Univale)

Descrição: Vinculado ao projeto estruturante “Territorialidades, Vulnerabilidades e Resiliências" a pesquisa se pauta em uma formação acadêmica humanizada e de qualidade, com igualdade de direitos e inclusão de valores culturais e sociais, como que desejam estudantes do ensino superior que compõem grupos sociais historicamente excluídos dos processos educacionais: população negra, indígenas, pessoas com deficiência, grupos de identidades de gênero e diversidades sexuais, assim como a população com adoecimento mental. A pesquisa tem por objetivo conhecer as práticas de execução das políticas afirmativas de Instituições de Ensino Superior de Governador Valadares, o que favorece o acesso e a equidade entre os segmentos da população historicamente excluídas do processo educacional. Trata-se de um estudo exploratório e descritivo com abordagem qualitativa. Será realizada a análise documental e bibliográfica da temática. Além disto, em seu corpus prático, os sujeitos da pesquisa são estudantes que compõem grupos sociais historicamente excluídos do processo educacional e que se encontram no Ensino Superior durante o período da pesquisa em quatro Instituições de Ensino Superior de Governador Valadares, sendo duas instituições públicas e duas privadas. A coleta de dados será realizada por meio de entrevistas conduzidas com base em um roteiro semiestruturado. Espera-se contribuir para garantia do acesso e permanência no  Ensino Superior destes segmentos sociais, com atenção para especificidades e demandas distintas, o que exige das Instituições de Ensino Superior uma série de adequações para o cumprimento das normativas legais e para a garantia de uma prestação do serviço de ensino que possibilite a formação integral dos estudantes de forma equânime.

Conversando com a cidade: cartografia de territórios educativos em bairros de Governador Valadares (Apoio Univale/FPF; Fapemig)

Vinculado ao projeto estruturante “Territorialidades, Vulnerabilidades e Resiliências" o estudo se insere nos debates da educação integral/tempo integral instigadores de diálogos entre escola e territórios. O objetivo é cartografar territórios educativos em bairros da cidade de Governador Valadares a partir do olhar de estudantes dos últimos anos do ensino fundamental e/ou ensino médio. O referencial teórico assume uma perspectiva interdisciplinar, colocando em diálogo autores do campo da educação como Paulo Freire; autores que assumem o território em uma abordagem cultural; Henri Lefebvre; Michel de Certeau e colaboradores; autores e estudos dos campos da arte, ambiente, história, saúde, tecnologia. A pesquisa realizada em uma abordagem qualitativa, adota a cartografia como direcionamento da produção do material empírico, rodas de conversa e caminhada transversal. Envolve colaborativamente estudantes de escolas da rede pública e profissionais das escolas, dos bairros que vão sendo gradativamente selecionados para o estudo. Para a produção do material empírico envolve estudantes do curso de Pedagogia, enfermagem, medicina, egressos do GIT, docentes do GIT de outros laboratórios, docentes do curso de Pedagogia, profissionais do Núcleo de Educação à distância da Univale. Como resultados das cartografia produzidas são elaborados fascículos, reunindo mapas, textos e outras formas de expressão referentes ao território. A cartografia é, pois, potencializadora da construção de elos entre escola, bairro, cidade – escola e território se relacionam dialeticamente

Direito, Literatura e reinvenções simbólicas do território: diálogos em tempos neoliberais.

O projeto de pesquisa intitulado Direito, literatura e reinvenções simbólicas território: diálogos em tempos neoliberais, vinculado ao "Projeto Estruturante Territorialidades, Vulnerabilidades e Resiliências" atua de forma interdisciplinar a captar e conhecer dimensões veladas das e nas relações sociais, a partir do trânsito metodológico do movimento direito e literatura e, na mesma direcão pretende elaborar uma proposta de construção teórica entre território e literatura. Para o alcance do intento foram escolhidas três obras literárias, a saber: Torto Arado de Itamar Vieira Junior: Nas terras do rio sem dono de Carlos Olavo da Cunha Pereira e Quarto de despejo de Carolina Maria de Jesus. As obras em comento serão prescrutadas desde a metodologia do direito na vislumbrar literatura com vistas as facetas de narrativas invisibilizadas e esquecidas pelo direito contemporâneo, que se sustenta por uma perspectiva de racionalidade neoliberal. Na mesma senda, propõe-se a pesquisa, vislumbrar as territorialidades construídas e constituídas a partir das obras escolhidas, abrindo assim um flanco teórico-metodologico crítico de análises territoriais sustentadas pelas narrativas assumindo o território como prenhe de camadas e camadas que por vezes a ciência geográfica não alcançaria. Daí, portanto, a reinvenção simbólica mencionada como título.

Relação com o saber e a escola: um estudo com jovens em situação de conflito escolar. (Apoio Univale/FPF; Fapemig)

Vinculado ao projeto estruturante “Territorialidades, Vulnerabilidades e Resiliências" o projeto de pesquisa se inscreve como parte de uma trajetória de esforços de pesquisadoras do Niesd de pesquisadoras do Observatório da Juventude (UFMG) que têm se se constituindo como uma rede de debates e estudos, com vistas à promoçao do acesso aos direitos, dentre eles, o direito à educação para jovens, com atenção para as vulnerabilidades e as violências que permeiam processos educativos de jovens em situaçao de conflito escolar e de privação de liberdade.  A educação como direito se fortaleceu a partir da democratização do ensino público, balizada pelos princípios de igualdade de condições de acesso e permanência na escola. Entretanto, a garantia da efetividade desse direito, nos espaços escolares se defronta com conflitos, tensões e antagonismos presentes na convivência coletiva. Este estudo insere-se no contexto desses debates e tem como objetivo compreender as relações com o saber e a escola estabelecidas por jovens em cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto atendidos por Centros de Referência Especializados de Assistência Social – CREAS de dois municípios de Minas Gerais. O campo de pesquisa são três CREAS, dois situados em Belo Horizonte e um em Governador Valadares –, e os participantes do estudo são jovens assistidos pelos CREAS na condição de medidas socioeducativas em meio aberto. Adota-se como referencial teórico os estudos da Sociologia da Educação, especificamente com a teoria da relação com o saber de Bernard Charlot, e estudos da Sociologia da Juventude. O estudo assume uma abordagem qualitativa, descritiva, com os procedimentos de coleta de dados propostos por Bernard Charlot para a realização de pesquisas sobre a relação com o saber: balanço de saberes e entrevista. Espera-se contribuir para a elaboração de novos subsídios teóricos no campo da educação,  e sociologia da juventude que colaborem para compreensão da relação do jovem em situação de medida socioeducativa com o saber, bem como subsidiar políticas públicas voltadas para os jovens com potencial para construir redes de atençao, com vistas a uma gestão mais integrada dos territórios considerando-se as dinâmicas territórias relacionadas a vulnerabilidade e violência juvenis.