Por: Natalia Lima Amaral
Na manhã de terça-feira (29/03) aconteceu uma reunião entre os gestores da UNIVALE e um grupo de grandes representantes da comunidade indígena Krenak, que se localiza próxima à bacia do rio Doce, entre Resplendor e Conselheiro Pena. Com o objetivo de retomar uma antiga parceria, os Krenaks ressaltaram a importância que o conhecimento acadêmico tem para a sua sobrevivência, como uma forma de busca constante de informações e espaços que fortaleçam a sua luta.
Em agosto de 2002, cerca de 20 professores da UNIVALE, de diversas áreas de atuação, estiveram na aldeia da comunicade indígena Krenak e, na ocasião, a universidade entregou ao líder Valdemar Krenak cinco bolsas integrais de estudo. Mais de uma década depois, Douglas Krenak, jornalista contemplado com uma das bolsas, esteve presente novamente na UNIVALE, agora como um egresso da instituição. Ele conta feliz sobre a oportunidade de rever amigos que fez durante a faculdade e que melhor ainda foi poder auxiliar sua comunidade durante as conversas da reunião, graças à sua formação acadêmica.
“É muito satisfatório saber que estamos colhendo frutos de um diálogo do passado junto à UNIVALE. Foi, na verdade, um processo de troca de conhecimentos sem que um se sobrepusesse ao outro. Devemos entender que todo conhecimento, seja de qual origem for, deve ser respeitado, inclusive quando a nossa realidade está em jogo. Hoje estamos renovando essa parceria e diálogo para que nossos jovens indígenas continuem com nossas lutas e demandas da comunidade indígena.”
As demandas da comunidade indígena Krenak mudaram drasticamente nos últimos 30 anos, assim como a forma de sobrevivência. Maycon Krenak, de 21 anos, que é um jovem cacique da aldeia, acredita que essa parceria é de extrema importância.
“O conhecimento acadêmico só tem a agregar para os povos indígenas. Algum tempo atrás, os povos indígenas tiveram perdas perante a governos, pessoas que só queriam tirar proveito da falta de conhecimento de leis e de direitos. Hoje, o indígena, por meio do conhecimento adquirido pelo estudo, está cuidando de si mesmo, da própria comunidade, sabendo de seus direitos. O conhecimento é universal, assim como nós indígenas procuramos o ensino acadêmico, a nossa aldeia estará de portas abertas para estudos e pesquisas dentro do território.”
O próximo passo na retomada da parceria é a formalização de todo o processo por meio de um grupo de trabalho, montado com duas equipes para representarem os parceiros. Também será feito um estudo para ampliar a união para além do ensino, levando projetos de extensão das diversas áreas de conhecimento da universidade como atendimentos odontológicos à comunidade indígena e muito mais.
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