Sumário
A barragem da mineradora Samarco em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, se rompeu em 5 de novembro de 2015, causando o despejo de rejeitos tóxicos no Rio Doce, da área da tragédia até o encontro do rio com o Oceano Atlântico. Na época, 19 pessoas morreram e outras centenas de milhares tiveram o abastecimento de água comprometido nos municípios mineiros e capixabas à margem do rio. Esta tragédia e outros conflitos com a mineração serão lembrados no 8º Seminário Integrado do Rio Doce (Sird), organizado pela Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) e outras instituições parceiras, com eventos presenciais e remotos de domingo até a próxima sexta-feira, entre os dias 5 e 10 deste mês.
O tema da edição deste ano do Sird é “Mineração e Conflitos em Minas Gerais e América Latina”. Professor do curso de Direito e pesquisador do Observatório Interdisciplinar do Território (OBIT/GIT UNIVALE), Diego Jeangregório Guimarães entende que, passados oito anos do desastre de Mariana, envolvendo as mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton, é fundamental um diálogo efetivo entre universidades, professores, pesquisadores, comunidade e os órgãos públicos e instâncias de tomada de decisão. Diego espera que esses debates estimulem uma reflexão conjunta sobre um contexto que marca e intensifica profundamente os conflitos na região.
“A mineração em Minas Gerais é uma realidade e faz parte até mesmo da construção da nossa identidade. Nós somos, inclusive, o povo ‘mineiro’. Num estado marcado pelos dois maiores desastres da mineração [o de Mariana e o de Brumadinho, em 2019], é preciso refletir sobre um modelo de desenvolvimento que busque integrar os modos de vida das populações e as dinâmicas socioambientais, respeitando a diversidade e a pluralidade existentes em Minas Gerais, com a superação da dicotomia clássica entre homem e ambiente como elementos distintos”, avaliou o professor.
A edição deste ano tem como novidade a presença de instituições internacionais e a inclusão de questões da América Latina entre os debates do Seminário Integrado do Rio Doce. Diego Jeangregório lembra que as parcerias são uma marca do Sird, pois já estão presentes desde as primeiras edições.
“O Seminário é uma construção coletiva com o Fórum Permanente da Bacia do Rio Doce, com o Centro Agroecológico Tamanduá, com lideranças e representantes de comissões de atingidos pelo desastre, bem como parceiros de instituições acadêmicas-científicas, como a UFJF/GV, o IFMG/GV, o PPGICH/UFSC, entre outros. Nesta edição a gente amplia a discussão para a dimensão da América Latina, e integramos instituições do Chile e Colômbia nesse diálogo e nessa construção conjunta, como Cape Horn International Center, do Chile, e a Universidad Santiago de Cali (Seccional Palmira), e a Facultad de Derecho, Ciencias Políticas y Sociales da Universidad Libre (Seccional Cali), ambas na Colômbia”, elencou.
Receba notícias sobre: vestibular, editais, oportunidades de bolsa, programas de extensão, eventos, e outras novidades da instituição.
"*" indica campos obrigatórios