Com o tema “Ritmos e movimentos urbanos: diálogos interdisciplinares a partir das Geografias Emocionais”, a aula magna do mestrado em Gestão Integrada do Território (GIT) da UNIVALE discutiu a relação entre emoções e o agir humano no espaço. A palestrante convidada foi Márcia Reis, doutora em Geografia e professora na Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).
Durante a aula do GIT, realizada por videoconferência e transmitida ao vivo pelo canal da UNIVALE no YouTube, Márcia utilizou dos conceitos da Geografia Emocional para defender que o movimento do corpo é parte inerente da cultura humana, e até mesmo a organização territorial da sociedade acontece a partir dos propósitos conscientes e inconscientes do corpo em movimento.
“Essa ideia de espacialidades emocionais foi algo que trabalhei na minha tese de doutorado, que é pensar que, na minha perspectiva enquanto geógrafa e produzindo conhecimento geográfico, eu parti da provocação de que qualquer ato espacial, qualquer movimento espacial, ele, em si, é emocional. Levando em consideração que as emoções, dentro do campo das ciências sociais e das ciências humanas, são tratadas como experiência que nos convida a agir no mundo. Nós, enquanto seres humanos, temos todo um aparato fisiológico e biológico para sentir emoções. O foco da Geografia é pensar o que a gente faz com isso, pensar que as emoções não são experiências individualizadas, não é só algo que acontece no meu corpo, e esse agir é espacial”, disse a palestrante.
A aula magna teve também a participação de dois professores do GIT, Bruno Capilé e Fernanda de Paula. “O espaço não é só uma materialidade. É imaterialidade também, é aquilo que ele nos faz sentir e a forma que eu me posto dentro dele. A todo momento em que ajo em função das minhas emoções, estou construindo, desconstruindo e configurando espacialidade. Isso provoca bastante os alunos do mestrado, na medida em que isso nos chama a pensar uma ciência que não se apaga da subjetividade”, comentou Fernanda.
Márcia Reis é professora adjunta do Departamento de Geografia da UFMT, doutora pela UFPR com período sanduíche na Universidade de Évora (Portugal), coordena grupo de pesquisa “A história do pensamento geográfico e epistemologia da Geografia”, e também é integrante do grupo de pesquisa Geografia Humanista Cultural.
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