Sumário
Por Natalia Lima Amaral
Durante os dias 25, 26, 27 e 28 de outubro aconteceu o I Seminário Internacional Apheleia: América do Sul, sediado na Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), em Criciúma, Santa Catarina. O evento híbrido contou com apresentações de seminários e palestras, além de reunir professores e comunidades acadêmicas de toda a América do Sul interessados nas temáticas ligadas ao território, patrimônio cultural e educação.
Haruf Salmen Espíndola, coordenador do Mestrado em Gestão Integrada do Território (GIT) da UNIVALE, esteve presente e foi um dos convidados a participar da mesa-redonda “Contribuições das Humanidades para a gestão da paisagem e do Patrimônio”, que aconteceu no dia 27/10 (sexta-feira), às 19h. Ele conta que o principal objetivo da mesa foi discutir a importância das ciências humanas e a contribuição das várias disciplinas das ciências humanas.
“As ciências humanas podem contribuir para uma compreensão mais holística. São e devem ser envolvidos muitos fatores além dos humanos e naturais, como os biológicos e o relevo. Portanto, elas podem permitir que, por meio de suas contribuições, tenhamos uma visão mais interdisciplinar da gestão da paisagem do patrimônio”, explicou.
O principal objetivo do Seminário Apheleia foi tratar o modo que a sociedade percebe os territórios e as formas de se relacionar com diversas paisagens, que muitas vezes acabam sendo conflitantes. Para demonstrar a importância da contribuição das ciências humanas, Haruf contou o exemplo de quando uma área é utilizada por uma comunidade tradicional e acaba sendo estabelecida como área de preservação, ou como unidade de conservação.
“Se não houver uma visão global holística, muitas vezes, a decisão é tirar a população dali e, ao fazer isso, acaba-se criando um impacto no lugar de ter uma abordagem integral. As ciências humanas emitem uma compreensão em políticas de gestão e de desenvolvimento, de tal forma que possa ser visto todos os elementos envolvidos e seja considerada a importância dos atores sociais e dos atores locais nesses processos de gestão”, explicou Haruf.
Haruf contou que o convite para participar na mesa-redonda partiu dos organizadores do evento e por conta da parceria de longa data com o professor Luiz Oosterbeek, presidente da Apheleia. “Buscamos integrar nosso Programa, do Mestrado GIT UNIVALE, à Apheleia. Ela é uma sociedade internacional, que está em outros países, e possui muitas discussões similares às centrais que temos no GIT. Além disso, a UNIVALE é uma instituição comunitária, assim como a Unesc, que sediou o evento. Temos uma identidade muito grande e fomos muito bem recebidos”, explicou.
Haruf também complementou que “a importância do I Seminário Internacional Apheleia: América do Sul, fora da Europa e aqui na América do Sul, está na promoção de uma discussão ampla. A participação de pesquisadores de vários lugares está em poder estreitar laços de cooperação, além de buscar a inclusão do programa GIT e da UNIVALE nessa rede”, ressaltou.
Criada em 2014, a Associação Internacional Apheleia contribui com pesquisas, inovações e desenvolvimentos na área das humanidades, com o apoio da Comissão Europeia. Desde a sua fundação, a rede Apheleia conta com a colaboração de pesquisadores brasileiros da Unesc e da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no campo da gestão territorial e da sustentabilidade, e contribuiu com a concepção e criação do novo programa BRIDGES, da Unesco, uma coligação internacional que busca promover a ciência voltada para a sustentabilidade e para a integração da temática com as Ciências Humanas, as Ciências Sociais e Naturais, as Artes e outros domínios do conhecimento.
A rede reconhece que as estratégias que buscam a sustentabilidade têm falhado, visto que elas não consideram a diversidade cultural, subscrevendo a declaração de princípios sobre ciência da sustentabilidade aprovada pela Unesco em 2017 e identifica quatro vetores importantes para uma melhor gestão: educação permanente; reorganização da matriz sociocultural e das relações intergeracionais; envolvimento dos diferentes atores territoriais; e estratégia crítica de comunicação.
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