Ex-prefeito de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, Daniel Sucupira é egresso do mestrado em Gestão Integrada do Território (GIT), e atualmente ocupa o cargo de assessor do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Ele retornou à UNIVALE na sexta-feira (3) para ministrar a aula magna do GIT neste semestre. O tema da aula magna foi “Gestão Integrada do Território como estratégia para transformar a repactuação em oportunidades de desenvolvimento regional sustentável”.
O rompimento da barragem da mineradora Samarco, em Mariana, ocorreu em 5 de novembro de 2015, causando a morte de 19 pessoas e afetando municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo às margens do Rio Doce. “Discutiremos aqui o impacto do rompimento da barragem de Fundão, o que isso causou de impactos do ponto de vista estrutural do território e quais as saídas, após esses 10 anos, podem ser implementadas para reparar os principais danos ocorridos a partir desse desastre, que foi um crime ambiental em Mariana”, afirmou Daniel Sucupira, antes de ministrar a aula magna.

Como assessor do ministro da Saúde, o egresso do GIT contribuiu para articular ações e serviços do Ministério no Novo Acordo do Rio Doce. Entre os investimentos já anunciados pelo governo federal está a implantação, em Governador Valadares, do Centro de Referência das Águas, que terá a missão de contribuir com a vigilância e o monitoramento permanente da qualidade da água para consumo humano em toda a Bacia do Rio Doce – iniciativa que terá participação da UNIVALE, em parceria com os campi da UFJF e do IFMG em Valadares.
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“Através dos estudos que nós fizemos, tivemos a oportunidade de perceber a dimensão do desenvolvimento com um olhar mais sustentável, um olhar na perspectiva do território, e entendendo que as pessoas devem estar no centro da ação humana”, declarou Daniel Sucupira.
A reitora Lissandra Lopes Coelho Rocha participou da aula magna e comentou as contribuições de um mestrado interdisciplinar, como o GIT, para a elaboração e execução de políticas públicas. “Daniel Sucupira é nosso egresso e, enquanto gestor público, tem a visão do quanto um mestrado interdisciplinar, e principalmente em Gestão Integrada do Território, é capaz de contribuir nas reflexões das políticas públicas e nas reflexões da gestão pública. A experiência e os conhecimentos que ele vem partilhar conosco vão realmente abrir horizontes dos nossos mestrandos”, disse Lissandra.

O coordenador-adjunto do GIT, professor Leonardo Leão, destacou que, desde o rompimento da barragem, cerca de 30 estudos envolvendo o Rio Doce foram desenvolvidos pelo programa de mestrado – agora, esse material deve ser considerado pelo comitê de repactuação, que definirá a alocação de investimentos. E os debates continuarão no Seminário Integrado do Rio Doce (Sird), realizado anualmente pela UNIVALE, sempre em novembro, para refletir sobre consequências socioambientais do despejo de rejeitos de mineração na bacia hidrográfica, além de ouvir pessoas atingidas pela tragédia e propor ações de reparação.
“Esse processo de repactuação vai ao encontro do Sird. Neste ano, em que se completam 10 anos do desastre, o Sird vai ter como foco de discussão todas as ações para a comunidade que surgem no processo de repactuação. Essa aula magna é um ponto inicial de discussão, para motivar nossos alunos do GIT a participarem do Sird”, disse Leonardo.
Veja também a matéria da UNIVALE TV sobre a aula magna ministrada por Daniel Sucupira:

