Sumário
Por: Natalia Lima Amaral
Determinado pela Assembleia das Nações Unidas em 2015, o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência tem o intuito de visibilizar as contribuições de diversas mulheres no âmbito da ciência e tecnologias. De acordo com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, apenas 46% do corpo docente das instituições de ensino superior do Brasil são mulheres, sendo que, desse número, apenas 40,3% são doutoras.
A Unesco estima que somente 35% do total de estudantes matriculados em cursos de Ciência, Tecnologia, Engenharias e Matemática são mulheres. Mas apesar desse cenário não tão encorajador, muitas estão em busca de conquistar os seus espaços. Tatiane Kelli Fonseca Marques, que é aluna do 3º período de Sistemas de Informação da UNIVALE, tem o objetivo de crescer na carreira e está otimista com o futuro.
“Daqui 5 anos me vejo com uma carreira bem construída como programadora, e ainda buscando crescer pois acredito que 5 anos não sejam suficientes para que eu chegue onde quero. Me sinto confiante, o mercado e a comunidade de TI têm se mostrado bem abertos à participação de mulheres, então não vivi nenhum episódio que pudesse me desmotivar de alguma forma. A área da tecnologia me permite ter uma boa visão das várias oportunidades dentro da programação e mesmo que eu já tenha mais afinidade com uma área específica, aprender sobre as outras é sempre bom para que eu seja uma profissional completa.”
A UNIVALE, enquanto universidade, tem orgulho dos seus números conquistados: além da presença grande de alunas em cursos que são tradicionalmente dominados por homens, como é o caso de Sistemas de Informação. Mais da metade do corpo docente da instituição é composto por mulheres.
Além disso, contrariando a média nacional, elas representam 62% entre os professores doutores do mestrado de Gestão Integrada do Território. A professora Renata Campos, do GIT, que é doutora em Entomologia, vivenciou a maternidade enquanto estudava para o seu doutorado e muitas coisas mudaram para ela.
“Ao longo do tempo, foram muitas as vezes em que precisei levar meu filho para o trabalho. Essa realidade, de levar filhos para o ambiente de trabalho é, de longe, mais comum entre mulheres do que entre homens. E comigo não foi diferente: ele já foi muitas vezes comigo para aulas, reuniões e quando era pequeno, tinha um canto no laboratório para ele.
Creio que muitas mulheres acabam abrindo mão da carreira profissional ou de desejos pessoais (que podem incluir a maternidade ou não) por causa dessa sobrecarga que poderia ser contornada se a divisão dos afazeres domésticos fosse mais justa. Não estou defendendo que toda mulher queira ou deva ser mãe, mas, aquelas que, como eu, fizeram esta escolha, poderiam desfrutar melhor tanto da maternidade quanto do próprio potencial profissional de modo saudável. Estamos evoluindo, mas ainda há uma grande caminhada a ser percorrida”.
Ana Clara, que também é aluna do terceiro período de Sistemas de Informação, destaca a importância de ver mulheres em cargos de liderança como incentivo para as que estão começando.
“No estágio que faço como Customer Success, desde minha entrada, tenho como orientadora a Mayara, líder do time de CS da empresa. A expertise dela e a forma de lidar com clientes e crises têm sido fonte de grande inspiração e aprendizado profissional e pessoal. Além disso, acabei tendo muito contato com a Karine, líder da tribo de Suporte, outra mulher que me ensinou e ensina muito.
Esse estágio é meu primeiro emprego e eu tive contato com várias mulheres incríveis na área da tecnologia. Há tantas mulheres em cargos altos na empresa em que trabalho que me sinto muito bem recebida na área e otimista, com muita oportunidade de crescimento”.
No Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência e em todos os outros dias, vale lembrar também que não é só para quem está começando que esse apoio é importante. A professora Renata também ressalta a necessidade de apoio mútuo entre as mulheres como forma de resistência.
“Uma coisa importante que eu poderia incluir é que ao longo da minha carreira percebi que é essencial estar próxima de outras mulheres! Já houve situações em que percebemos a exclusão de mulheres na organização de eventos e bancas, e então foi importante estarmos juntas para reivindicar esses espaços. Hoje os homens já estão atentos a isso e percebo esse cuidado de compor mesas para discussão de assuntos científicos compostos por homens e mulheres”.
Renata destaca, ainda, a necessidade dessa união feminina como forma de resistência.
“Aproveito para propor que vejamos um pouco essa questão da resiliência. Acho que devemos combater isso, que soa como um lugar historicamente destinado a nós: aceitar e suportar de modo resiliente. Precisamos mesmo de um movimento de resistência e é esse movimento que vem promovendo a abertura de ‘espaços’ para nós.
Uma coisa importante é que ao longo da minha carreira percebi que é essencial estar próxima de outras mulheres. Já houve situações em que percebemos a exclusão de mulheres na organização de eventos e bancas, e então foi importante estarmos juntas para reivindicar estes espaços. Hoje os homens já estão atentos a isso e percebo esse cuidado de compor mesas para discussão de assuntos científicos compostos por homens e mulheres”.
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