Professora do curso de Medicina da UNIVALE, Elaine Scherrer desenvolveu uma pesquisa que pode aperfeiçoar medicamentos que amenizem os sintomas de esclerose múltipla. O estudo foi desenvolvido no Programa Multicêntrico de Pós-graduação em Bioquímica e Biologia Molecular, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), onde Elaine já havia feito mestrado e, agora, foi aprovada na defesa de doutorado, no dia 8 deste mês.
A esclerose múltipla é uma doença autoimune sem cura e potencialmente incapacitante, em que o sistema imunológico causa inflamação da mielina, a membrana que envolve os neurônios. O diagnóstico é feito por avaliação de sinais clínicos e histórico do paciente, e também podem ser feitos exames de ressonância magnética e coleta de líquor – líquido que protege o sistema nervoso central.
Embora não exista uma cura, Elaine ressalta que o tratamento da esclerose múltipla pode reduzir os sintomas e garantir mais qualidade de vida ao paciente.
“É uma doença que tem aumentado muito e que atinge jovens entre 20 e 40 anos, tirando esse jovem do mercado. Os sinais clínicos são difíceis de se fechar um diagnóstico, mesmo com ressonância magnética e o exame de líquor. Às vezes uma pessoa com esclerose múltipla já está com inflamação avançada no sistema nervoso central, levando a neurite óptica e a dormência de partes do corpo, até a pessoa ficar em uma cadeira de rodas. A doença não tem cura, então a gente tem terapias hoje moduladoras, imunossupressoras, e o custo é muito alto desses medicamentos”, frisa a professora.
No doutorado, Elaine testou dois derivados de ácido ursólico em camundongos, com os compostos que haviam apresentado os melhores resultados durante a pesquisa do mestrado. Durante o estudo de doutorado, os derivados foram testados em camundongos com sinais clínicos da esclerose múltipla.
“Observamos a dosagem de citocinas e de marcadores celulares, mas também tem um escore clínico em que se vê a melhora desse paciente. O nosso paciente foi o camundongo, e ele melhorou, voltando a conseguir mexer a cauda e as patinhas. Nós conseguimos observar isso. A gente também fez imagens histopatológicas, mostrando o foco de inflamação no sistema nervoso central após o tratamento, que reduziu esse foco de inflamação”, explicou a professora.
Embora classifique como promissora a pesquisa realizada no doutorado, ela considera que é necessário produzir novos estudos, antes que esses compostos possam ser utilizados como medicação para pacientes humanos.
“Depois de quatro anos de estudo, chegamos a conclusões promissoras, mas o teste foi em camundongos e a gente precisa saber mais. Precisamos de outras pesquisas, mais profundas, sobre biodisponibilidade e citotoxicidade, para chegar a um composto que possa ser utilizado como fármaco terapêutico. Precisamos dar continuidade à pesquisa”, salientou Elaine Scherrer.
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