Sumário
“Rio Doce 10 anos depois: entre a persistência do desastre e a urgência da Educação Ambiental” foi o tema da palestra no campus Tupã do Instituto Federal de São Paulo
O professor Thiago Martins Santos, dos cursos de Engenharia Civil e Ambiental e de Pedagogia da UNIVALE, participou do 5º Congresso sobre Ambiente, Tecnologia e Educação (Cate), realizado pelo Instituto Federal de São Paulo (IFSP), campus Tupã, nos dias 21 e 22 deste mês. O docente ministrou a palestra “Rio Doce 10 anos depois: entre a persistência do desastre e a urgência da Educação Ambiental”.
O Rio Doce é estudado pelo professor desde a ruptura da barragem, em 2015, na perspectiva da Educação Ambiental. “O referencial teórico adotado nas pesquisas considera o desastre não como um momento, mas como um processo histórico que se estende e que, por isso, merece ser estudado permanentemente para que seja melhor compreendido e sempre lembrado. A Educação Ambiental em territórios atingidos deve se pautar na afirmação e defesa intransigente da vida, humana e não humana, que habita a Bacia do Rio Doce, denunciando práticas de insustentabilidade e anunciando modos de vida sustentáveis”, apontou Thiago, que também é pesquisador do Núcleo Interdisciplinar de Educação, Saúde e Direitos (Niesd), um dos laboratórios do mestrado em Gestão Integrada do Território (GIT).

A palestra discutiu problemas e conflitos provocados pelo rompimento da barragem de Fundão e o papel transformador da Educação Ambiental na promoção da justiça ambiental junto aos sujeitos e territórios atingidos, principalmente na região do Médio Rio Doce. No ano em que essa tragédia completa 10 anos, e ainda se sente os seus efeitos e se busca a reparação dos danos por ela causados, o professor considerou que é necessário construir uma agenda crítica de Educação Ambiental para a próxima década.
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Para os próximos anos, o Thiago defendeu a construção de mais estudos e processos educativos que auxiliem o questionamento do atual modelo de desenvolvimento, que perpetua desigualdades e produz destruição ambiental, e que contribuam para o acompanhamento do desastre e dos seus efeitos, amplificando a voz e a reivindicação das populações atingidas.

Durante o 5º Cate do IFSP de Tupã o docente também ministrou uma oficina de Educação Ambiental, partindo de casos contemporâneos em que disputas em torno da água deflagram situações de injustiça ambiental.
Sobre o desastre
O Rio Doce figurou na mídia nacional e internacional por ter sido atingido pelo rompimento da barragem de Fundão, situada no município de Mariana. A barragem, de responsabilidade das mineradoras Samarco, Vale e BHP, se rompeu no dia 5 de novembro de 2015, despejando na calha do Rio Doce aproximadamente 55 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério, que se espalharam por cerca de 600 quilômetros do rio, até chegar ao litoral do Espírito Santo, impactando a fauna, a flora e a vida das pessoas que habitam na bacia hidrográfica do rio Doce. Esse rompimento é considerado o maior desastre ambiental do Brasil e o pior do mundo, envolvendo barragens de rejeitos.



