Evento foi promovido pelo Ministério da Saúde para formular a primeira Política Nacional de Saúde Quilombola

Pedagoga e mestre em Gestão Integrada do Território (GIT), Maria do Carmo Silva, a Fisika, foi uma das cerca de 400 lideranças quilombolas, incluindo pesquisadores, gestores e trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS), a participar do 1º Seminário Nacional de Saúde Quilombola, realizado entre os dias 15 e 17 de agosto em Alcântara, no Maranhão. Em junho deste ano, Fisika, do Quilombo Ilha Funda, em Periquito, se tornou a primeira quilombola a concluir o GIT com bolsa de ação afirmativa para povos tradicionais.
Com o tema “Tecendo redes de aquilombamento e antirracismo para a equidade étnico-racial no SUS”, o seminário foi promovido pelo Ministério da Saúde para formular a primeira Política Nacional de Saúde Quilombola (PNASQ/SUS). A programação do evento também teve rodas de troca de saberes ancestrais, painéis com experiências da saúde quilombola no SUS, e giras culturais.
A egressa do GIT considerou o evento um avanço para a construção e implementação de ações e programas de saúde quilombola no SUS, além de uma importante interação das experiências das comunidades de Alcântara com as mais diversas expressões culturais, de saberes e de resistência entre os quilombolas do Brasil.
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“O seminário significou mais uma conquista para efetivação e garantia de direitos da saúde da população quilombola. Embora o SUS seja um sistema de saúde pública gratuito e universal para toda a população brasileira, garantido na Constituição Federal de 1988, isso não chega efetivamente para as populações quilombolas, não de uma forma que respeite as tradições e realidades destes povos”, afirmou Fisika.

Também estiveram presentes lideranças de outros quilombos da Bacia do Rio Doce, de municípios como Naque, Belo Oriente e Santana do Paraíso. “Estamos muito gratas pelo convite do Ministério da Saúde, que veio à nossa comunidade ouvir nossas demandas para efetivar as políticas públicas, considerando a reparação histórica para com as populações quilombolas atingidas pela Barragem de Fundão”, acrescentou.
Fisika salienta ainda que a população quilombola destacou a importância de atender especificidades das comunidades, com iniciativas como incorporação de medicinas tradicionais ao sistema SUS; formação de profissionais de saúde para o respeito à cultura quilombola; e a participação de lideranças quilombolas nos conselhos nacional, estaduais e municipais de saúde.

