A Equipe Pilar, formada por alunos do curso de Engenharia Civil da Univale, segue com os últimos preparativos para o Congresso Brasileiro do Concreto - Ibracon, o CBC. As competições acontecem em Fortaleza, no estado do Ceará, entre os dias 15 e 18 de outubro, mas os testes com os corpos de prova já estão sendo feitos nos laboratórios da universidade; o que, inclusive, levou à descoberta de um novo material.
“Vamos participar de quatro competições. A primeira é o APO, o aparato de proteção ao ovo, mais conhecido como pórtico. A outra é a Cocar, um concreto colorido de alta resistência. A terceira é o Concrebol, uma bola feita de concreto que necessita ser leve, de acordo com o peso estipulado pelo evento, e cem por cento esférica, para fazer um gol. Logo após, ela vai ser levada para um ensaio de resistência a compressão”, explica o aluno Rafael Dimas, que participa seguidamente do congresso há quatro anos pela Univale.
A quarta competição é a “Quem sabe faz ao vivo”, que existe há três anos, com participação da Engenharia Civil da Univale desde a primeira edição. Segundo Rafael, nesta modalidade, será rodado um traço de concreto delimitado pelos materiais da região. O concreto deve ser moldado e rompido dentro do prazo de 24 horas. Ganha a equipe que alcançar mais resistência com o menor consumo de materiais.
Nathan Marçal, outro integrante do projeto, conta que um dos corpos de prova, o pórtico, se constitui de dois pilares e uma viga. Conforme detalha o aluno, em um equipamento é feito o lançamento vertical de uma carga de 15 kg sobre o pórtico, começando com meio metro de altura. A cada rodada de testes com o mesmo objeto, essa distância vai aumentando gradativamente até atingir dois metros meio, aproximadamente.
A participação dos alunos de Engenharia Civil da Univale começou a partir de 2015, quando o CBC foi realizado em Belo Horizonte (MG). Segundo o estudante Rafael Dimas, o incentivo foi dado pelo professor Anderson Gusmão e um parceiro do curso. Os estudos preliminares do pórtico são feitos todos os anos, sempre no início do semestre letivo. Os acadêmicos passam pela teoria, fazem análises da armadura do objeto para saber como ele vai se portar. Também realizam testes para avaliar a resistência, armação, flexão e tipo de concreto ideal.
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Outra categoria do Congresso Brasileiro do Concreto na qual os estudantes planejam participar é a Ousadia. Eles terão que desenvolver e executar o projeto de uma maquete virtual. O trabalho agregará alunos do 1º, 2º e 3º períodos de Engenharia Civil.
De acordo com o professor Anderson Caetano Gusmão, nessa competição, contarão com o apoio do curso de Arquitetura e Urbanismo e da coordenadora, a professora Ilara Duran. O projeto está sendo construído também com apoio da professora Dayane Ferreira e da docente Adriana de Oliveira Leite Coelho.
“Somos gratos à Univale e FPF, que neste ano fez uma contribuição generosa apoiando nossa ida ao congresso. Isso motiva os nossos alunos a trabalharem a pesquisa. A produção da bola do Concrebol nos levou a descobrir um novo material no mercado, que a gente não conhecia até o momento. Inclusive chegamos a finalizar o traço desse concreto”, disse.
Segundo o docente, um concreto normal pesa em torno de 2.250 kg por metro cúbico. Já a mostra desenvolvida pelos estudantes de Engenharia Civil pesa 821 kg por metro cúbico; um material extremamente leve e resistente. Outra descoberta feita por meio de pesquisa de uma aluna do projeto envolveu a competição Cocar, na qual ela conseguiu identificar uma forma do corpo de prova não produzir calcinação, que é o esbranquiçamento da superfície do concreto.
“Também na competição do Cocar, que foi a primeira que a gente participou, desenvolvemos o conhecimento sobre diferentes formas de cura do concreto: curas sob pressão, sob altas temperaturas, para aumentar e ter ganho de resistência. Para você ter ideia, com o pórtico, que é o aparato de proteção ao ovo, chegamos a um determinado tipo de aço, cujo teste de resistência de tração evoluiu de 600 para 1.300 kgf/mm² (quilograma-força por milímetro quadrado). É um pulo muito grande na qualidade do aço. Estamos muito esperançosos nesse ano e acreditamos que vamos trazer bons resultados para a Univale”, avaliou.
Para o acadêmico Nathan Marçal, o fato de ter descoberto um tipo de concreto leve durante o desenvolvimento das peças do Concrebol foi fundamental para aprender novas aplicações a serem feitas com o material.
“Ele é muito útil na questão termoacústica. É um novo material que a gente aprendeu uma nova aplicação para o dia a dia. É um diferencial para o aluno, que sai daqui da Univale tendo noção de como trabalhar com isso”, disse.
Muito além das competições, os estudantes também terão a oportunidade de participar submetendo artigos científicos no Congresso Brasileiro do Concreto, que neste ano está em sua 61ª edição. O professor Anderson destaca que os acadêmicos já tiveram trabalhos de classe B2 submetidos e aprovados no evento. Ao todo, a equipe é formada por 15 alunos dos cursos de Engenharia Civil, Engenharia Civil e Ambiental e Arquitetura e Urbanismo, que complementam o projeto.
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